Cerca de 20 alunos da Escola Municipal Aristophanes Bezerra de Castro, no bairro Cidade de Deus, participaram de oficina sobre a importância dos fungos para a manutenção das florestas, na quarta-feira (27/11), no Museu da Amazônia (Musa). A ação faz parte do projeto “Micoturismo no Museu da Amazônia (Musa): uma alternativa para o desenvolvimento turístico”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação  (Pop CT&I), edital N°009/2019.

O projeto, coordenado  pela pesquisadora do Musa, Ruby Vargas-Isla, tem o objetivo  de proporcionar uma experiência de Micoturismo junto à comunidade externa e demonstrar a importância e os usos dos macrofungos, que são pouco conhecidos pela população.

Ruby Vargas explica que o termo “Micoturismo” é a junção de Micologia (ciência que estuda os fungos) + Turismo. É uma atividade turística conhecida  em países como Espanha e Portugal, que busca promover o conhecimento e conservação dos fungos nativos, ao mesmo tempo utilizar este recurso natural como um atrativo turístico.

“O Micoturismo é considerado uma atividade social em crescimento, que contribui para a valorização das florestas. O projeto tem o intuito de popularizar essa vertente, por meio destas oficinas e poder implantar uma nova atividade turística no estado do Amazonas”, conta.

As atividades iniciaram no último dia 14 e se estenderão até o dia 6 de dezembro, com palestras sobre a biodiversidade de macrofungos e trilhas no Fungário do Musa, para as escolas que tiverem interesse em levar seus alunos.  As oficinas são focadas na capacitação de multiplicadores do Micoturismo.

Já participaram, desde o período inicial,  150 estudantes de sete escolas das redes de ensino estadual e municipal,  incluindo  uma turma de alunos do Ensino Médio e Técnico em Agropecuária, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

O aluno do 5° ano do Ensino Fundamental, participante da oficina, João Pedro da Silva, conta que tinha conhecimento sobre os fungos, mas não sabia da importância deles para a natureza. “Eu aprendi que existem cogumelos comestíveis. (A oficina) tem sido uma experiência muito boa, porque além de ter uma importância para a natureza podemos usar em nosso alimento,” disse.

Popularização – A pesquisadora também integra o grupo de pesquisas Cogumelos da Amazônia, do Instituto de Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), que tem a finalidade de  estudar os fungos, com ênfase aos formadores de cogumelos, do ponto de vista taxonômico, biológico, fisiológico e alimentício.

Ruby destaca que as oficinas fazem parte de um dos resultados do projeto, assim também como a produção de dois materiais de divulgação à popularização da ciência. “Como proposta do projeto  também está a produção de uma cartilha que ensina a coleta de cogumelos durante o dia a dia e de um guia ilustrado de macrofungos para melhorar a percepção e a compreensão destes organismos pelo público em geral. Iremos também replicar essa ação no interior nos municípios de Novo Airão e Itacoatiara, com a participação de pesquisadores do Inpa”, conta.

Pop CT&I – No Amazonas, o Governo do Estado, por meio do Pop CT&I da Fapeam, apoia a realização de 26 eventos de popularização da ciência, em diversas áreas, na capital e no interior. Lançado no mês de junho, o Pop CT&I, conta com recursos financeiros da ordem de R$ 800 mil, para apoiar a realização de exposições, feiras, oficinas, minicursos, palestras e outras atividades interativas sobre CT&I, em locais públicos, organizados por temas, campos ou áreas do conhecimento.

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