Todo tipo de conhecimento é importante, mas não há como negar, a ciência é o mais belo fruto da razão humana. Sem ciência seríamos como criança, conduzidos pela emoção. Os sentidos seriam alados, e à imaginação conduziria o nosso coração.

Não que os poetas, os escritores, os músicos, os artistas, não tenham razão. Eles vivem sim de emoção, de inspiração. Uma emoção verdadeira, que sai do coração. Somente o homem inteligente sabe a verdadeira diferença entre emoção e razão.

Nesse campo, não há vencedor e nem perdedor, há apenas especulação. Que caminho seguir: da emoção ou da razão? No entanto, não há nada comparado com à razão, que pede comprovação. O amor é alado, a ciência investigação.  

À dúvida, já disse René Descartes, é o método primeiro da razão. Ao contrário, todo religioso tem à certeza como resultado de sua oração. Já o cientista continua questionando por que sabe que o inesperado faz parte de sua investigação.

Quando à ciência chega à alguma conclusão tudo fica claro, não há dúvida, nem confusão. A verdade é um caminho racional, que quem a conhece, não abre mão. Busca-se à verdade dos fatos, princípio básico da razão. Mesmo para quem não acredita, para os terraplanistas, a ciência é a melhor solução.

Todo homem sensato clama pela razão, enquanto o homem tolo deixa-se levar pela emoção. Não que a emoção não seja importante, longe disso, mas que em matéria de ciência a emoção só gera confusão. Veja o caso dos políticos, que para ganhar uma eleição, choram “lágrimas de crocodilo” no meio da população.

Quando se trata do valor da ciência, é ela quem nos apresenta o melhor caminho. Somente ela nos garante que amanhã o sol aparecerá, que a Terra fará os movimentos de Rotação e Translação, que tudo continuará existindo, independentemente da minha ou da sua vontade.

Ciência e natureza devem ser como duas irmãs que se amam, que se gostam, que se respeitam e que se admiram. O interessante da ciência é que ela “obedece” às leis da natureza, que são puras, livres de qualquer tipo de ideologia. Os cientistas sabem, há muito tempo, que na natureza não há comunismo ou capitalismo, direita ou esquerda.

Por ser produção humana, à ciência é ideologia, à natureza não. A natureza é mãe, a ciência é madrasta. A natureza serve para todos, para o crente e o não crente, para o rico e para o pobre. Ela se apresenta em várias formas, dos fenômenos físicos às figuras geométricas. Não se pode brincar com à natureza. Ela acolhe, mas também mata!

Os cientistas transformam o conhecimento em prática, em produtos, e entrega-os aos seres humanos para o seu bel prazer. Mas, infelizmente, nem todos os homens têm acesso a esses produtos, veja, por exemplo, o caso da medicina. Quem tem condição de pagar um ótimo plano de saúde? Quem tem condição de se tratar no Hospital Albert Einstein em São Paulo? Aí reside o calcanhar de Aquiles da ciência.

Por isso pensamos que somente o “comunismo científico” será capaz de construir um mundo melhor para se viver. Um mundo sem racismo, sem preconceito. Um mundo onde todos tenham acesso aos produtos da ciência, onde a barbárie e o cartão de crédito não tenham vez.

Por fim, somente quando o ser humano entender que ninguém é melhor que ninguém, seja pela cor da pele, da condição econômica, da conta bancária, da religião que professa, ou da ideologia partidária que segue, podemos dizer que a ciência é o mais belo produto da razão humana!

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e palestrante. Autor dos livros: O primeiro olhar – A filosofia em contos amazônicos (2011), O homem religioso – A jornada do ser humano em busca de Deus (2016); Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas: Histórias do Universo Amazônico (2019). E-mail: [email protected]

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