A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) concluiu as ações de saneamento e desinterditou três propriedades rurais no município de Nhamundá (a 383 quilômetros de Manaus), que estavam sendo acompanhadas pela existência de foco de mormo, doença infecciosa que acomete principalmente os equídeos, mas que também pode ser transmitida a humanos.

A coordenadora estadual do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), a médica veterinária Jeane Cristini Barbosa, explica que a Adaf liberou as propriedades neste mês de setembro, após a testagem de 21 animais. Apenas um cavalo teve resultado positivo para a doença e foi sacrificado, pois não existe cura para o mormo.

“Por se tratar de zoonose, é questão de saúde pública e afeta diretamente o complexo agropecuário de equídeos do estado”, observa. O sacrifício segue normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), sendo realizado sem sofrimento e com mínimo estresse para o animal.

De acordo com Jeane, a propriedade é interditada assim que é comunicada a suspeita da doença, ficando proibida a entrada e saída de animais desses locais. Após a constatação de resultado positivo e do sacrifício do animal confirmado, a Adaf realiza a vigilância epidemiológica e obrigatoriamente testa os equídeos duas vezes, com intervalos de 30 dias entre uma coleta de amostra para exame laboratorial e outra, para fechar uma conclusão segura em consonância com a norma.

“Atualmente, temos exames específicos e modernos que colaboram para o diagnóstico com mais agilidade e precisão. Em Nhamundá, após dois exames consecutivos dos animais contactantes ao animal positivo, com resultados negativos para mormo, foi feita a desinterdição de três propriedades”, detalhou a coordenadora.

O foco em Nhamundá foi identificado em 2019, por meio de exames de rotina para eventos agropecuários. O resultado positivo de um cavalo foi comunicado à Adaf, que deu início ao saneamento da propriedade e notificou a Secretaria de Saúde do município.

Notificação – Os criadores de equídeos (cavalos, asnos e mulas) precisam ficar atentos e notificar a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal imediatamente em caso de aparecimento de sintomas como lesões ulcerativas, nódulos, secreção nasal, apatia ou febre.

A notificação de qualquer suspeita ou casos de doenças em animais pode ser feita por meio do link https://www.gov.br/pt-br/servicos/notificar-suspeita-de-doencas-em-animais.

A capacidade de sobrevivência da bactéria do mormo em fontes de água, alimento, utensílios e arreios utilizados para montaria é alta. O bacilo é capaz de sobreviver por longo período de tempo nesses materiais contaminados e permanecer infectante.

Em humanos, a doença de mormo é contraída pela inalação ou contato com as secreções de um animal contaminado e pode causar feridas na pele e mucosas, dificuldade de respiração, dor no peito, pneumonia e derrame pleural.

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