No último dia 30, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) apresentou ao Conselho de Ética do Senado nova representação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por “crimes de improbidade administrativa, peculato e associação criminosa”.
Frota, que já foi aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alega que o senador vem buscando interferir nas investigações do Ministério Público e cita possível cometimento de crime de tráfico de influência, o que pode levar à perda do mandato.
Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pela prática de rachadinha na época em que era deputado estadual na capital fluminense. O crime consiste no confisco de parte dos salários dos funcionários, o que caracteriza desvio de dinheiro público.
Em novembro, o MPRJ apresentou denúncia contra Flávio por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O senador foi apontado como líder da organização criminosa, que teria desviado R$ 6,1 milhões entre 2007 e 2018, segundo os investigadores.
A representação apresentada por Frota se soma a outra que está parada no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, protocolada em fevereiro de 2020 pelo PSol, PT e Rede. O presidente do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), ainda não deu andamento à representação.
O parlamentar pode arquivar os pedidos se entender que eles não cumprem os requisitos regimentais. Campos pediu parecer da Advocacia do Senado sobre aditamentos que foram feitos à denúncia. Em agosto, um parecer dos advogados da Casa recomendou o arquivamento da representação.
O órgão de assessoramento afirma que é necessário que os atos praticados sejam contemporâneos à legislatura e entende que esse requisito não foi encontrado, o que impede a responsabilização política do filho do presidente pelo Senado.
Chico Rodrigues
Também está parada no colegiado a representação contra o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal em sua residência. Rodrigues se licenciou do mandato logo após o caso, em outubro.
No ano passado, as comissões ficaram sem funcionar regularmente em razão da pandemia de Covid-19. Senadores defendem que os processos só poderão ter sequência quando o colegiado voltar a funcionar, o que ainda não tem previsão de ocorrer. Com informações de Metrópoles.