Alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, propôs, em parecer publicado no dia 16 de abril de 2020, o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, “em condições excepcionais”, para tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
No documento, Ribeiro admitiu que “não existem até o momento estudos clínicos de boa qualidade que comprovem” a eficácia dos medicamentos contra a doença. Ainda assim, no entanto, pediu para considerar o uso dos remédios em pacientes com sintomas leves, importantes ou que recebam cuidados intensivos, incluindo ventilação mecânica. O parecer foi publicado no próprio site do CFM no dia 23 de abril do ano passado.
“O princípio que deve obrigatoriamente nortear o tratamento do paciente portador da Covid-19 deve se basear na autonomia do médico e na valorização da relação médico-paciente”, escreveu o presidente do conselho.
Em live realizada no dia 7 de maio de 2020, Mauro Luiz Ribeiro disse ter liberado o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19 com “uma decisão fora das nossas normas”.
“Fizemos uma análise grande do que existe na literatura e não tem nenhum trabalho realmente que sustente a hidroxicloroquina como recomendável. No entanto, o Conselho Federal de Medicina liberou o uso. Não recomendou, mas liberou”, afirmou o presidente.
Na mesma transmissão, Ribeiro admitiu que a entidade apoia o Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) porque “hoje nós temos diálogo”. (Metrópoles)