Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou que esteve em Manaus durante o colapso sanitário provocado pela Covid-19 em janeiro, para difundir o uso de cloroquina para o tratamento precoce da doença entre médicos que atuam nas unidades básicas de saúde.

“Todas as atividades que foram demandadas inicialmente foram feitas por mim porque foi delegada essa competência pelo ministro da Saúde (Eduardo Pazuello). Nós fizemos uma série de ações que foram planejadas inicialmente por mim. Uma delas foi de levar os médicos voluntários (às unidades de saúde)”, disse à médica, que ainda segue no Ministério da Saúde.

No depoimento ao MPF, obtido por Leandro Prazeres e Paulo Ferreira e divulgado em reportagem no jornal O Globo desta quinta-feira (6), Mayra confirma o envio de um ofício, assinado por ela, cobrando os profissionais de saúde de Manaus a aderirem ao chamado “tratamento precoce” e defende o uso de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da Covid-19.

“O ministério disponibilizou uma orientação para os médicos brasileiros para, que de acordo com a autonomia que foi dada a eles pelo Conselho Federal de Medicina e a sua autonomia de prescrever e a autonomia do paciente de querer, que eles pudessem orientar medicamentos com doses seguras (de remédios) como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, que naquela época só tinham comprovação in vitro, e que hoje têm mais de 250 referências”, disse a médica.

Ao MPF, ela ainda criticou a “politização da pandemia”, dizendo que “como médica tem que dispor de todo um arsenal para salvar vidas (…) não só mais a cloroquina e a hidroxicloroquina… essas duas ficaram estigmatizadas por conta da politização da pandemia, que é ruim para o debate científico”.

Mayra é investigada por improbidade administrativa em ação movida pelo MPF do Amazonas que investiga ainda Eduardo Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Élcio Franco.

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