O juiz que rejeitou o processo por difamação movido pelo ator americano Johnny Depp, 57, contra o jornal britânico “The Sun” negou na quarta-feira (25) o recurso do astro de “Piratas do Caribe”. Depp, porém, pode apelar novamente em instância superior, até o dia 7 de dezembro.

“Neguei ao autor a autorização para apelar”, disse o juiz Andrew Nicol. “Não considero que os motivos alegados do recurso tenham uma perspectiva razoável de êxito e não há nenhuma outra razão convincente, portanto o processo deve ser acordado”, acrescentou.

O ator tomou a arriscada decisão de atacar por difamação a News Group Newspapers (NGN), editora do jornal britânico The Sun, que o acusou de espancar sua ex-mulher Amber Heard, 34.

A ação, levada ao Tribunal Superior de Londres, tem origem em uma manchete de abril de 2018, na qual o The Sun questionava como a autora britânica J.K. Rowling poderia aceitar um “espancador de mulheres” no filme “Animais Fantásticos”.

No início deste mês, Depp anunciou seu afastamento da franquia de filmes “Animais Fantásticos”. Ele escreveu em seu Instagram que o estúdio Warner Bros., da AT&T Inc, lhe pediu para deixar seu papel como o vilão Gellert Grindelwald. “Respeitei e concordei com esse pedido”, afirmou.

Mesmo demitido, o ator ainda receberá um belo salário que gira em torno dos R$ 53 milhões pelo próximo filme da franquia. Ele aparecerá em uma das cenas do longa. Outro artista deverá ser escalado para a vaga deixada por Depp.

Após semanas de julgamento em julho, que levaram à divulgação de aspectos desconhecidos da vida privada do ator e de sua ex-mulher, o Tribunal Superior de Londres indeferiu o processo de Depp, observando que os qualificativos do jornal The Sun eram “essencialmente reais”, uma vez que “a maioria dos ataques alegados foi comprovada”.

Fãs do ator Johnny Depp iniciaram uma petição online para tentar fazer com que a atriz Amber Heard seja demitida de “Aquaman 2”. No longa, ela dá vida à princesa Mera ao lado de Jason Momoa.

DECISÃO

No documento de 129 páginas, o juiz do caso envolvendo o processo do ator contra o jornal The Sun, disse: “O reclamante [Depp] não obteve sucesso em sua ação por difamação […] Os réus [The Sun e a News Group Newspapers] mostraram que eles usaram palavras substancialmente verdadeiras na publicação”.

“Eu descobri que a grande maioria das alegadas agressões à Sra. Heard pelo Sr. Depp foram provadas dentro do padrão civil”, completou o juiz. Para ele, foram as alegações da ex-mulher que causaram um efeito negativo na carreira de Depp, e não a notícia publicada pelo The Sun. Por isso, para o juiz, não se tratava de uma notícia “caça-clique”.

A tão esperada decisão foi divulgada mais de três meses após o término da audiência no tribunal superior no final de julho. Após a decisão, o editor do jornal emitiu um comunicado dizendo que o jornal britânico “faz campanha pelas vítimas de violência doméstica por mais de 20 anos. Vítimas nunca devem ser silenciadas, e agradecemos ao juiz por sua consideração cuidadosa”. (Folha de S.Paulo)

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