A escalada autoritária de Jair Bolsonaro faz barulho, mas também tira um pouco mais do seu apoio, como constatou o cientista político Andrei Roman, da Atlas Político, segundo aponta reportagem da jornalista Carla Jimenez, do jornal El Pais.
Desta vez, Bolsonaro conseguiu provocar até o ator mais bem pago de Hollywood, Leonardo DiCaprio, insinuando que ele investe em ONGs responsáveis por queimar a Amazônia, a ponto de o ator precisar responder à provocação. Para além dessa acusação contra DiCaprio — sem base na realidade —, Bolsonaro decidiu atentar contra a democracia ao censurar o jornal Folha de S.Paulo numa licitação de jornais com o Governo federal, seguindo os mesmos métodos de governantes de ultradireita pelo mundo. “Recomendo a todo o Brasil que não compre mais a Folha”, disse ele em uma Live para seus seguidores, dizendo que vai boicotar produtos de anunciantes do jornal.
“A rejeição ao presidente Bolsonaro subiu nos últimos dias, enquanto o número de apoiadores que consideram seu governo ótimo ou bom caiu de 27,5% no dia 12 de novembro, para algo em torno de 25% no sábado, diz Roman, que monitora por tracking diariamente as redes para clientes do mercado financeiro”, relata Carla Jímenez.
“A rejeição voltou a subir”, explica Roman, embora não precise quanto. Mas no último levantamento, feito em 12 de novembro, estava em 42,1%. “A aposta do presidente atiça sua base radical, mas mostra-se um jogo arriscado para sua própria sobrevivência política antes mesmo de completar um ano de Governo”, diz a editora do jornal El País.
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