“Do Caos à Utopia”. Essa foi narrativa do espetáculo apresentado pelo Boi Caprichoso, com organização e emoção do início ao fim, na primeira noite da disputa do título de tricampeão no 54º Festival Folclórico de Parintins, na noite de 28 e madrugada de 29 de junho. Ao som da trilha de abertura, o apresentador Edmundo Oran foi conduzido à arena na cabeça de uma cobra, acompanhado pela Marujada Guerra.

De um diamante no centro da arena, surgiu o levantador de toadas, David Assayag, para entoar “Chegada do Meu Boi” e o Caprichoso no meio da galera. A alegoria “Yebá, a Deusa Brasilis”, assinada pelo artista Lenilson Bentes, o MAG, encenou a criação do mundo, na visão indígena Dessana, com coreografias em representação aos povos na arena, show de paraquedistas no céu e aparição da Porta-Estandarte, Marcela Marialva, nas asas de um gavião.

No centro da arena do Bumbódromo surgiu o Amo do Boi, Prince do Caprichoso, para tirar o primeiro verso. Em seguida, a segunda alegoria “Mura-Pirahã – Três Preces de Esperança”, assinada pelo artista Ferdinando Carivardo, evoluiu como item Lenda Amazônia e trouxe a Cunhã-Poranga, Marciele Albuquerque. A galera se emocionou quando Arlindo Jr cantou “Pesadelo dos Navegantes”, com a chegada de caravelas, a terceira alegoria.

As tribos indígenas com o pajé Neto Simões, ao som de “Em Busca da Terra Sem Males”, fizeram a arena aplaudir a coreografia. Depois, “Um Canto de Esperança para Mátria Brasilis” concorreu ao item Toada, Letra e Música. Da alegoria Exaltação Folclórica “Festa de Um Boi Brasileiro”, do artista Glaucivan Silva, desceu o Caprichoso, com o tripa Alexandre Azevedo, para evolução do boi, e depois surgiu a Sinhazinha da Fazenda, Valentina Cid.

O Amo do Boi versou para evolução a Vaqueirada, com a participação de bois do Maranhão. Os tuxauas do Caprichoso protagonizaram inovação com um espetáculo coreográfico, Cunhã-Poranga, Marciele Albuquerque, e tribos do Vale do Javari. A quinta alegoria, “O Mateiro da Amazônia”, assinada pelo artista Alex Salvador, representou o momento de Figura Típica Regional, com a estreia da Rainha do Folclore, Cleise Simas.

A apresentação do Boi Caprichoso contou com a participação de uma maiores lideranças indígenas do mundo, Davi Kopenawa. Sob a trilha da toada “A Oração da Montanha”, no início do Ritual Indígena, o xamã e escritor Yanomami fez uma narrativa sobre a destruição da terra, provocada pela ambição e ganância do homem. A alegoria “Yanomami, A Cura da Terra”, do artista Jucelino Ribeiro, encerrou a primeira noite do Caprichoso, com a aparição do pajé, Neto Simões.

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