Áudios de uma conversa entre o padre Robson de Oliveira e dois advogados apontam um suposto pagamento de propina de R$ 1,5 milhão a desembargadores do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás). Na terça-feira (23), o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de investigação para apurar acusações contra magistrados.

De acordo com o MPF, os investigadores devem apurar se os desembargadores receberam vantagens indevidas do padre Robson por supostos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. Os crimes teriam sido cometidos por meio de associações criadas pelo padre, como a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que teriam movimentado em torno de R$ 2 bilhões ao longo de dez anos.

Os áudios da conversa foram divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo, e revelou indícios de que o padre teria cooptado autoridades do estado de Goiás em troca de favorecimento judicial.

Conforme a investigação do MP-GO (Ministério Público de Goiás), por um erro na hora de descrever o tamanho de uma fazenda, o padre perdeu um processo em primeira instância e precisou pagar R$ 15 milhões ao antigo dono. A defesa decidiu recorrer e teve êxito na segunda instância, em julho de 2019. No entanto, não há informação se a suposta propina foi paga. Ainda cabe recurso à decisão.

Em nota ao Uol, a defesa de Robson de Oliveira contestou a autenticidade dos áudios e afirmou que as “suposições são construções fantasiosas”. Já o TJ-GO afirma desconhecer os fatos. O sacerdote está afastado da presidência da Afipe e o processo está interrompido por decisão judicial, mas o MP-GO recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

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