Deposta pelos militares e alvo de inúmeros processos judiciais, a ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi enfrentará um julgamento por “incitar a perturbação da ordem pública” – informou um de seus advogados nesta terça-feira (21).

Ela se declarou inocente das acusações de incitação, disse o advogado de defesa Khin Maung Zaw, acrescentando que sua cliente “parece estar com boa saúde”, uma semana depois de ter faltado a uma outra audiência por um mal-estar.

O golpe de Estado contra Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), em fevereiro passado deflagrou uma revolta em massa da população e repressão brutal por parte da junta militar contra os dissidentes.

Desde então, a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, de 76 anos, encontra-se em prisão domiciliar. Seu único contato com o mundo exterior são as reuniões com seus advogados e suas aparições no tribunal.

Nesta terça, um tribunal ouviu a declaração da Promotoria de que Suu Kyi burlou as restrições impostas pelo coronavírus durante as eleições, vencidas com folga por seu partido no ano passado, afirmou seu advogado.

Em outubro, ela enfrentará um novo processo por acusações de corrupção. Também é acusada de violar uma lei de sigilo da era colonial, mas este caso não chegou aos tribunais.

Seu governo foi deposto pelos militares por suspeita de fraude nas eleições de 2020, nas quais derrotou um partido alinhado com os militares.

As forças de segurança mataram mais de 1.100 civis desde o golpe, de acordo com um grupo local de monitoramento. Os militares rejeitam este balanço e afirmam que o número é muito menor. Com informações de AFP.

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