Os bispos dos Estados Unidos autorizaram na sexta-feira (18) a criação de um documento que pode abrir caminho para proibir a comunhão, principal sacramento da Igreja Católica, a políticos pró-aborto.   

A medida pode afetar o presidente dos EUA, Joe Biden, que é católico praticante e, apesar de se declarar pessoalmente contra o aborto, defende o acesso à prática.   

O texto foi aprovado com 168 votos a favor e 55 contrários, além de seis abstenções, e determina a criação de um “documento de comunhão” sobre o papel da eucaristia na vida da Igreja. 

A decisão foi tomada apesar do Vaticano advertir os bispos conservadores dos Estados Unidos que abdiquem de suas pressões para a Igreja Católica no país negar o sacramento a Biden.   

Nesta semana, segundo o jornal “The New York Times, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Luis Ladaria, escreveu uma carta aos bispos americanos alertando que votar essa questão pode abrir uma “fonte de discórdia” na Igreja dos EUA.  

Após ser redigido, o documento será submetido a debate. A “cruzada” dos bispos conservadores é alinhada com o ex-presidente Donald Trump, mas também é símbolo da disputa por poder no catolicismo.  

O papa Francisco, inclusive, enfrenta forte oposição do clero conservador americano. O cardeal Raymond Burke, expoente da Igreja dos EUA, já chegou até a insinuar que Jorge Bergoglio é herege por ter decidido permitir a comunhão para pessoas divorciadas.

Hoje, logo depois da votação, 60 parlamentares democratas publicaram um documento no qual proclamam seu compromisso de implementar “os princípios básicos que estão no cerne da doutrina social católica”, afirmando “que acreditam na primazia da liberdade de consciência” e recusam que o sacramento da Eucaristia “se transforme em uma arma” por razões políticas.

O texto ainda cita que “cuidar dos pobres, desfavorecidos e oprimidos e garantir que todos os americanos de todas as religiões tenham oportunidades significativas de compartilhar as bênçãos deste grande país” são os princípios básicos de sua ação política como católicos. (ANSA)

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