Com os principais índices do mercado acionário em Nova York acelerando o movimento de alta e em meio às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, na coletiva do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, conseguiu tocar, mesmo que pontualmente, a marca dos 95 mil pontos e o dólar ampliou o recuo frente ao real nesta quarta-feira, 30.

No final desta tarde, o mercado reagiu bem à fala de Paulo Guedes, que apontou a criação de 249.388 vagas formais, no melhor agosto em 10 anos. Além de elogiar os resultados, o ministro resolveu usar a entrevista coletiva para mandar seu recado ao mercado financeiro, na defesa de que é preciso respeitar o teto de gastos, mas passar a lupa em todos os lugares. “Houve crescimento explosivo de precatórios. Há uma indústria de precatórios no Brasil”, disse ele, em referência a proposta do governo de usar a verba dos precatórios para bancar o Renda Cidadã, novo programa social do governo. 

Guedes também não deixou de alfinetar seu agora rival, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Há boatos de que haveria acordo de Maia com a esquerda para não pautar privatizações”. Ao Estadão/Broadcast, Maia respondeu: “Paulo Guedes está desequilibrado”. Na última terça-feira, 29, Maia já alfinetado Guedes nas redes sociais ao perguntar por que o ministro havia interditado o debate da reforma tributária.

Às 16h20, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações, tinha alta de 0,95%, aos 94.771,52 pontos. Apesar do resultado positivo da sessão de hoje, a expectativa é que a Bolsa termine o mês com uma queda em torno dos 5%. No mesmo horário, o dólar à vista recuava 0,30%, a R$ 5,6253 – a moeda deve terminar setembro com valorização de 3%.

No Brasil, ainda, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em discurso transmitido na Cúpula da Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU) que rechaça “de forma veemente” o que chamou de “cobiça internacional” sobre a Amazônia brasileira. Ele prometeu também “defender” a região de “ações e narrativas que agridam os interesses nacionais”.

No exterior, as bolsas de Nova York aceleraram alta, em meio à retomada das negociações entre governo e oposição por uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos. Enquanto o Congresso discute o orçamento do ano fiscal de 2021, que precisa ser aprovado até hoje à noite, democratas e republicanos voltam a debater a possibilidade de um novo pacote de apoio para atenuar os efeitos da crise do coronavírus. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, informou que se encontrará com o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, para discutir o tema.

Ainda no horário acima, o Dow Jones subia 0,57%, o S&P 500 tinha alta de 0,30% e o Nasdaq subia 0,26%. 

Nos juros, o destaque é uma alteração nas apostas para a Selic, ainda que mais à frente. Em razão da contínua deterioração do cenário fiscal, a curva a termo já mostra alguma chance (20%) de alta de 50 pontos-base da taxa básica em janeiro. Até terça as apostas estavam divididas entre ajuste de 0,25 ponto porcentual e manutenção. No próximo Copom, a corrente que espera estabilidade ainda é majoritária.  (Estadão)

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