O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta quinta-feira (27/1) que está prevista uma viagem oficial à Rússia no mês de fevereiro para buscar “melhores relações comerciais”. Alguns auxiliares, porém, afirmam que o país poderá cancelar a visita em razão da crise na região.

“Eu vou estar o mês que vem lá, eu vou atrás de melhores entendimentos, melhores relações comerciais”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada. “O mundo todo é simpático à gente”, completou.

O mandatário ainda respondeu a um apoiador afirmando que o presidente russo, Vladimir Putin, é “conservador, sim”. A conversa foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.

Segundo o Itamaraty, a previsão é que Bolsonaro esteja na Rússia entre os dias 14 e 17 de fevereiro. Há ainda uma previsão de ida à Hungria para encontro com o líder ultranacionalista Viktor Orbán.

Na última segunda-feira (24/1), o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), admitiu a possibilidade de cancelamento da viagem a depender da evolução da crise envolvendo o país e a Ucrânia.

“Pode ser que aconteça alguma coisa daqui para lá e ele [Bolsonaro] seja obrigado a cancelar a viagem, né? […] Isso aí é questão da segurança europeia, né? Nós estamos de outro continente. Aqui nós somos do continente da paz”, declarou o vice.

No último dia 19, Bolsonaro disse que tem ciência do problema que a Rússia enfrenta, mas ressaltou que o país é parceiro do Brasil.

“A data, por enquanto, está mantida. Sem problema algum. O Itamaraty vê essa questão aí. A gente não está saindo do Brasil para criar problemas de animosidade. Sabemos dos problemas de alguns países com a Rússia, sabemos disso”, disse Bolsonaro em entrevista no Palácio do Planalto. “A Rússia é parceiro nosso, temos compra de fertilizantes, entre outras coisas. Então, é uma viagem que interessa para nós e para eles.”

Tensão entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre Rússia e Ucrânia – que se estende desde 2014 – vem ganhando força nas últimas semanas. A possibilidade de que milhares de tropas russas, reunidas perto da fronteira com a Ucrânia, possam se movimentar deixou o conflito entre os dois países ainda mais intenso e crítico.

A Organização do Tratado do Norte Atlântico (Otan) afirmou que enviaria navios e caças adicionais para a Europa Oriental. Além disso, segundo o jornal The Washington Post, há relatos de que o governo dos Estados Unidos estava considerando o envio de forças americanas e armamentos para reforçar os aliados da organização na Polônia e país bálticos.

O porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, disse que o país está observando os movimentos da Otan e que o presidente russo, Vladmir Putin, está “tomando medidas para garantir que nossa segurança e nossos interesses sejam devidamente protegidos”. Com informações de Metrópoles.

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