O presidente Jair Bolsonar disse, durante a teleconferência com líderes do Mercosul nesta quinta-feira (2/7), que o Brasil irá dialogar com interlocutores da União Europeia para “desfazer opiniões distorcidas” sobre o país.

O chefe do Executivo se referia à má imagem do governo no exterior no que diz respeito à preservação da Amazônia e proteção aos povos indígenas. Após anunciar acordo entre Mercosul e o bloco europeu, diversos países colocaram a resposta do governo brasileiro ao desmatamento como entrave para o avanço das negociações.

Bolsonaro não chegou a comentar as críticas vindas da comunidade internacional quanto à sua condução da crise provocada pela Covid-19.

Durante o isolamento causado pela pandemia, o desmatamento e as queimadas dispararam na região amazônica e em áreas protegidas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Pará, o avanço do garimpo ilegal sobre terras indígenas tem ameaçado povos tradicionais, além de expor índios ao contágio pelo novo coronavírus. Até esta quinta-feira (2/7), 6.846 haviam contraído o vírus e 156 perderam a vida para a doença.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve aumento de 19,6% na quantidade de queimadas em relação ao mesmo mês em 2019.

“Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da floresta amazônica e do bem estar das populações indígenas”, destacou Bolsonaro.

O governo brasileiro vem sendo criticado mundialmente devido à política ambiental. A jovem ativista Greta Thunberg, chamada por Bolsonaro de “pirralha”, lançou uma campanha para combater a Covid-19 na Amazônia. A adolescente de 17 anos já havia incomodado o presidente ao questionar o assassinato de índios no Brasil.

Bolsonaro já chegou a protagonizar um embate público com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a Amazônia. O líder francês chegou a classificar o bioma como “bem comum” e pediu “mobilização de potências” contra o desmatamento. As atitudes foram encaradas por Bolsonaro como uma “afronta à soberania”. Com Metrópoles.

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