O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em suas redes sociais que falta “coragem moral” para a maioria dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para apurar desvios de recursos. Com informações de Metrópoles.

Bolsonaro tem defendido que a CPI deveria investigar supostos desvios de recursos federais por estados e municípios. A investigação sobre governos locais, no entanto, cabe às Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.

O mandatário também defendeu audiência com autoridades simpáticas às teses que ele defende, como o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro.

Em vídeo compartilhado pelo chefe do Executivo, o médico classifica o ambiente da CPI como “tóxico” e fala em falta de democracia.

O médico também pede que os representantes do conselho sejam ouvidos o quanto antes pelo colegiado: “Fica aqui um apelo público para que essa convocação seja feita o mais rápido possível”. “Nós não temos tido voz para podermos falar aquilo que nós pensamos”, critica Ribeiro.

No vídeo, o presidente do CFM ainda critica a postura do senador e médico Otto Alencar (PSD-BA), que contrapôs falas da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina como tratamento para a Covid-19. Nise foi ouvida pela CPI na última terça-feira (1º/6).

Nota de repúdio

Na quarta-feira (2/6), um dia após depoimento de Nise Yamaguchi, o CFM divulgou uma moção de repúdio à CPI por “manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes” médicos à comissão.

Em nota, o conselho, que é alinhado ao presidente Bolsonaro, lamentou que os “médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação”.

“Ao comparecer à CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”, diz o comunicado.

A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

 
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