Cumprindo agenda no Ceará nesta sexta-feira (26/2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou medidas de fechamento do comércio, também conhecidas como lockdown, e disse que a consequência será a destruição de empregos.

“Aos políticos que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. Tenho um prazer muito grande de estar no meio de vocês. Dizer a esses políticos do Executivo, o que eu mais ouvi por aqui é: ‘presidente, eu quero trabalhar’. O povo não consegue ficar mais dentro de casa. O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que o povo quer”, disse Bolsonaro em discurso.

Esta semana, com o recrudescimento da pandemia de Covid-19 pelo país e um ano depois do primeiro diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus, diversos estados estão restringindo a circulação de pessoas e determinando medidas de fechamento da economia.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que o lockdown na capital, que começa na segunda-feira (1°/3), terá duração de pelo menos 14 dias. Haverá um toque de recolher das 20h às 5h. As UTIs do DF estão com quase 100% de taxa de ocupação.

Em Santa Catarina, diante do colapso no sistema de saúde, o governador Carlos Moisés (PSL) suspendeu o funcionamento de serviços não essenciais das 23h desta sexta-feira (26/2) até as 6h de segunda-feira (1º/3).

Agenda no Ceará

Bolsonaro chegou ao Ceará acompanhado de Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, e Gilson Machado, ministro do Turismo. Em Tianguá, foram assinadas três ordens de serviço para a retomada de três obras que estavam suspensas: a travessia urbana de Tianguá, parada desde 2011, o traçado da rodovia que liga os municípios Frios e Umirim, na BR-222, e o viaduto de Horizonte, na BR-166.

À tarde, o presidente viaja à capital, Fortaleza, onde visita a obra de duplicação da BR-122, que liga o município de Caucaia ao Porto de Pecém, e o anel viário da cidade. A volta de Bolsonaro a Brasília está prevista para as 18h10.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que, para evitar aglomerações, não encontrará o presidente durante a agenda no estado.

Nas redes sociais, o governador disse que a possibilidade de reunião de muitas pessoas em um mesmo espaço é “algo frontalmente contrário à gravíssima crise sanitária” que o país enfrenta. Camilo também disse que “tem respeito à autoridade”, mas que não pode compactuar com o que considera um “grave equívoco”.

No evento, que contou com aglomerações, parte dos presentes gritou “Fora, Camilo” em referência ao governador. Com informações de Metrópoles.

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