O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou, nesta terça-feira, 28, que o presidente Jair Bolsonaro quer criar “um núcleo de poder para blindar sua família” das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que o governo quer interferir politicamente na Polícia Federal (PF).

“Essa crise causada pela saída de Moro e de Maurício Valeixo [ex-diretor-geral da PF que foi demitido por Bolsonaro e se tornou o pivô da crise com o ex-juiz da Lava-Jato] é uma tentativa do presidente de desviar o foco de sua atuação, que relativiza os danos da pandemia de coronavírus, e de formar um núcleo de poder, um cinturão, para blindar a si e a sua família de investigações”, disse Lupi a VEJA.

Na madrugada desta terça-feira, o partido entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF – sua nomeação foi oficializada pelo Diário Oficial da União. No pedido, o PDT alega “abuso de poder por desvio de finalidade” com a nomeação.

“A vontade pessoal contida no ato coator é de, através da pessoa do litisconsorte (Ramagem), imiscuir-se na atuação ordinária da Polícia Federal, sobremodo, a do exercício exclusivo de função de polícia judiciária da União (CF,”art. 144, § 1º, IV), perante esta Corte, inclusive. Pretendendo-se, ao fim, o aparelhamento particular – mais do que político, portanto – de órgão qualificado pela lei como de Estado”, diz um trecho do pedido. (Veja.com)

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