A Organização Mundial da Saúde elegeu o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais e, no Brasil, uma lei federal estabeleceu o “julho amarelo” para reforçar ações de vigilância, precaução e controle dessas enfermidades. 
As hepatites virais são doenças que atacam, principalmente, o fígado e, primeiro, apresentam poucos sintomas, sendo chamadas de enfermidades “silenciosas”. Pessoas infectadas podem apresentar problemas de saúde antes de terem a doença detectada. Quando não diagnosticadas, as hepatites virais podem acarretar complicações das formas agudas e crônicas, muitas vezes levando à cirrose ou ao câncer de fígado.
“As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no Distrito Federal e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas que levem à redução do número de casos da doença”, ressalta Beatriz Maciel, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES.

Sintomas 

Os sintomas mais comuns das hepatites virais são náusea, febre, falta de apetite, cansaço, diarreia e icterícia (coloração amarela da pele e dos olhos). O período de incubação do vírus em uma pessoa varia de 15 a 45 dias.

Transmissão

No Brasil, as hepatites mais comuns são acometidas pelos vírus A, B, C ou D, e suas formas de transmissão são variadas. A hepatite A é transmitida de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por fezes contendo o vírus, sendo mais frequente em locais com precariedade de saneamento. Esse tipo de hepatite contamina, principalmente, crianças e adolescentes.
A hepatite B é uma doença sexualmente transmissível, mas também pode ser disseminada por compartilhamento de utensílios e objetos contaminados (seringas, agulhas, itens de higiene pessoal, transfusão). A transmissão da hepatite C ocorre principalmente pelo sangue, mas também pode acontecer de maneira semelhante às da hepatite B. 
Já o vírus causador da hepatite D é considerado um “satélite” e só infecta pessoas que já estão contaminadas pelo vírus da hepatite B. Sua transmissão é igual a dos tipos  B e C e, no Brasil, costuma aparecer mais na região amazônica.

Prevenção

Todas as hepatites virais podem ser evitadas com alguns cuidados. Para a do tipo A, a recomendação é lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar ou comer, além do uso de água tratada, saneamento básico e higienização adequada dos alimentos.
A prevenção das hepatites B e C passa por evitar o contato com o sangue contaminado. A recomendação é utilizar preservativos nas relações sexuais, sempre exigir materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhar itens, equipamentos ou utensílios de uso pessoal.
Além disso, as hepatites A e B podem ser prevenidas por meio de vacinação e ambas estão previstas no calendário nacional de imunização. Não há vacina para a hepatite C.

Tratamento

O tratamento da hepatite A se resume a repouso e cuidados com a dieta. Em caso de hepatite C, a intervenção terapêutica é feita com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por oito ou 12 semanas. A hepatite B não possui cura, mas seu tratamento com medicamentos específicos (alfapeginterferona, tenofovir e entecavir) tem por objetivo reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especialmente a cirrose e o câncer de fígado. Tanto o tratamento para a hepatite B quanto para  a C estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Com informações de Correio Braziliense.
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