Em uma postagem no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) desdenhou do projeto de lei que propunha a criação do Dia Municipal da Visibilidade Lésbica, rejeitado em primeira discussão na Câmara do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (23/9). O PL 8/2021 foi apresentado por Monica Benício (Psol), viúva de Marielle Franco, assassinada a tiros em 14/3/2018 na região central da cidade.
O parlamentar, filho “zero dois” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que a instituição da data, no dia 29 de agosto, seria “ferramenta política” para “aliciar crianças nas salas de aula”.
Parabenizo o vereador @Isquierdorio por liderar rejeição, com ajuda dos demais parlamentares, de projeto do PSOL, braço do PT, que criaria o dia da visibilidade lésbica. Mais uma ferramenta política que certamente seria utilizada para para aliciar crianças nas salas de aula.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 23, 2021
A inclusão da data no calendário oficial da cidade tinha como objetivo “conferir visibilidade e reconhecimento do município às mulheres lésbicas”, conforme colocado na justificativa do PL. Marielle propôs a mesma medida em 2017, durante o mandato de vereadora, mas a sugestão também acabou rejeitada em plenário.
“Este projeto é também um resgate histórico e uma homenagem. Apesar de ser um projeto simples e de grande valor simbólico, foi o único projeto de lei de Marielle derrotado no plenário desta Câmara Municipal”, ressaltou Monica na apresentação da iniciativa, em fevereiro deste ano na Casa.
Também na justificativa, Monicadestacou a violência contra a população LGBTQIA+ e a necessidade da desconstrução de “estigma que pese sobre as mulheres lésbicas”. “São mulheres como todas as outras, existindo e resistindo no cotidiano, produzindo sua existência com contribuições à ciência, às artes, à cultura, e à vida cotidiana. Há mulheres lésbicas em todos os lugares: trabalhando, sendo mães, amando, vivendo”, reforçou.
Após a rejeição do PL nesta quinta, a vereadora agradeceu o apoio à causa nas redes sociais. “Seguimos juntes na mobilização por uma cidade e uma sociedade livres da lesbofobia e de toda forma de exclusão e opressão. Avançaremos, vivas e visíveis!”, escreveu.
(Metrópoles)