Não importa a riqueza da pessoa, ninguém quer perder R$ 2,4 mil. Quando você é de uma profissão que tem, cada dia, lutado por mais direitos, o desespero pode ser ainda maior. Foi o que aconteceu a um motoboy que cruzou o caminho do casal Alessandra Araújo e Márcio Jorge, em Rio Branco, no Acre, nessa quarta-feira (1°/07).

Ela, que é servidora pública do Tribunal de Justiça do Acre, e marido, que é policial federal, estavam na Avenida Ceará quando viram o rapaz passando e as notas caindo de seu bolso. Rapidamente, os dois juntaram o dinheiro, mas o motoboy já estava longe.

“O motoqueiro passou e a gente viu os bolos de dinheiro caindo e ele não percebeu, foi embora. Atravessamos o carro na avenida, meu marido parou o trânsito e como ele estava fardado, as pessoas respeitaram, daí eu já desci e comecei a juntar. Conseguimos juntar tudo, era R$ 2.420, e aparentava ser tipo serviço bancário, porque estava separado em blocos com liga”, contou Alessandra ao G1.

A saga para devolver os valores estava apenas começando. Primeiro, eles tentaram encontrar o funcionário. Sem sucesso, partiram para o banco, já que havia comprovantes de depósito. Mais um esforço em vão. Por fim, fizeram um boletim de ocorrência na delegacia do Tucumã, deixando o montante com o delegado.

Ajuda das redes sociais

Alessandra, porém, não desistiu aí: foi até as redes sociais e fez uma campanha para tentar encontrar o rapaz. Aí, sim, sucesso! Após 480 compartilhamentos, descobriu-se que tudo pertencia à empresária Eliene Farias.

“Com essa época de pandemia, fiquei imaginando a pessoa com dificuldades e que conseguiu aquele dinheiro. Também o motoqueiro que teria que prestar conta e talvez perderia o emprego. Ficamos preocupados, mas graças a Deus a campanha deu certo, conseguimos ajudar essa família e a corrente do bem nas redes sociais funcionou para fazermos uma boa ação”, afirmou a servidora.

Eliene contou que, ao chegar no mercantil que do qual ela é dona, o motoboy estava aos prantos, afirmando que só percebeu que havia perdido a quantia ao chegar em uma casa lotérica para realizar depósitos.

“Ele chegou aqui chorando, desesperado e você fica sem saber o que fazer. Muita gente achou que ele estava com conversa, como que esse dinheiro iria cair do bolso dele, mas nós não porque conhecemos ele há muitos anos. Ele disse que só percebeu quando chegou na casa lotérica para fazer o depósito, quando colocou a mão no bolso e estava o canto mais limpo”, disse Eliene.

Ao ver a publicação, ela percebeu que aquela soma deveria ser sua. “Olhei e disse ‘é o nosso dinheiro’, vi o papel do depósito. Fui na delegacia, levei os comprovantes do depósito que faço todo mês para meu filho que mora no Rio Grande do Norte e o delegado entregou. Graças a Deus, ela tem um coração muito bom, um coração enorme. É difícil achar pessoas que façam isso”, contou.

A história ainda teve outro desenrolar feliz: Eliene tentou retribuir o casal pela boa ação, mas eles não aceitaram. Assim, ela montou cinco sacolões para doar a famílias carentes de Rio Branco. Com Metrópoles.

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