Olá Navegantes!

Como é que vocês estão? Como o tempo tem passado para vocês? Confesso que precisei me desligar de alguns assuntos este mês para praticar o autocuidado e preservar minha saúde mental. Julho para muitos é um mês sinônimo de descanso e diversão. Para mim, sempre foi um mês especial, pois completo mais uma primavera, e este ano, completo a trigésima, para ser mais exata rsrs. Mesmo em meio ao refrigério que julho trouxe ao meu ano de 2021, notícias têm me alcançado através das redes sociais. E sim, eu precisei vir aqui para tocar nesse assunto: violência contra a mulher – precisamos falar sobre isso.

Eu não quero falar sobre estatísticas, (embora sejam assustadoras e inaceitáveis) eu quero falar sobre como agir. Mesmo que não seja com você ou com alguma pessoa conhecida. É necessário que haja uma ação. Não podemos nos anestesiar com a indiferença. Devemos zelar por nossos semelhantes. Devemos nos tornar a sociedade que desejamos para nós.

Iverson de Souza Araújo, mais conhecido como DJ Ivis, agrediu a mulher Pamella Holanda, de 27 anos, em 1° de julho, e, no dia seguinte, após tê-la ameaçado com uma faca. A polícia foi chamada e ambos foram levados à delegacia metropolitana de Eusébio, no Ceará.

As imagens e os vídeos das agressões foram divulgados pela vítima nas redes sociais como forma de alerta e encorajamento para outras mulheres. Pamella Holanda está viva, com dores físicas e emocionais, mas o desfecho poderia ter sido ainda pior, como foi para 1.890 mulheres vítimas de feminicídio no Brasil no ano passado.

Esse caso está tendo repercussão nacional, porém o número de vítimas silenciosas (ou silenciadas) é desconhecido e muitas vezes ignorado em meio a tantas mazelas sociais. Relacionamentos tóxicos, traições, brigas por dinheiro – os conflitos são diversos e por muito tempo o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher” ajudou a encobrir a violência e oprimiu mulheres. Pois hoje com o despertamento social para a questão, podemos afirmar que em briga de marido e mulher a gente mete a colher sim! A gente salva a mulher, a gente protege a mulher! Isso é cidadania, isso é respeito. Respeitar não tem nada a ver com omitir!  Respeito é uma ação, uma atitude!

Leis mais rígidas contribuem para uma nova mentalidade e dão força para mulheres que estão vivenciando violência doméstica. Falta, agora, atitude da sociedade. A conscientização da família, dos filhos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho, das pessoas que presenciam este tipo de violência, é imprescindível. Caso você presencie ou chegue ao seu conhecimento um caso de violência, denuncie. Ligue imediatamente para o Disque Denúncia 180! Sua omissão pode custar a vida de alguém, mas sua ação pode salvar!

Faça parte dessa conscientização e encorajamento – Sinal vermelho para a violência contra a mulher! Divulgue em suas redes sociais, estenda a nossa conversa aqui para sua roda de amigos e conhecidos. Não seja cúmplice da violência, seja comprometido com uma sociedade melhor. E assim como você ama a você mesmo, ame também as pessoas. Coloque isso em prática na sua vida.

Até breve.

Syrsjane N. Cordeiro

Psicóloga pelo UNASP – SP, Especialista em Saúde Mental. Já atuou como psicóloga na prevenção e promoção de saúde na atenção básica; na prevenção e promoção de saúde indígena no Alto Rio Solimões; atuou também na área da assistência social, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) SUS – Programa Melhor em Casa.

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