As mensagens recuperadas nos telefones apreendidos com o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), e a professora Monique Medeiros, levantaram a suspeita de que o casal planejava fugir. Na terça-feira (4), a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou os dois por homicídio duplamente qualificado pela morte de Henry Borel, de 4 anos. As informações são do G1.

De acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo, as conversas mostram que Jairinho e Monique estavam preocupados em serem rastreados. Em uma das mensagens enviadas por Monique a Jairinho, a mãe de Henry questionou se seria possível saber da localização caso acessasse o Instagram.

“Eu acho que o insta mostra a localização. Será que conseguem localizar a casa de onde dormimos?”, escreveu Monique. Na conversa, ela afirma ainda que sua localização estava dando em Itaperuna (RJ), mas dias atrás o celular aparecia em Seropédica (RJ).

O vereador respondeu que o sinal estava ruim no local onde Monique estava. A troca de mensagens ocorreu no dia 28 de março, 20 dias após a morte do menino. Dois dias depois, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dos pais do casal, em Bangu, no Rio de Janeiro (RJ).

Foram esses dois endereços que Monique e Jairinho haviam informado como moradia atual quando foram depor na delegacia. No último dia 8, o casal foi preso na casa de uma tia de Jairinho, no mesmo bairro. Depois da prisão, Monique e Jairinho passaram a ter advogados diferentes.

Nova versão

Durante seu depoimento à polícia, Monique disse que Henry tinha caído da cama. Depois, em cartas escritas na prisão, ela mudou sua versão e disse que mentiu porque tinha medo de Jairinho e afirmou ter sido manipulada. A defesa quer que a polícia tome novo depoimento da professora.

“Sobre o argumento [da defesa] de calar a Monique, isso é absolutamente descabido. Ela foi ouvida por horas. Por lei, ela terá oportunidades para se manifestar em juízo: na presença de seus advogados, promotor de justiça e juiz de direito. A única pessoa que foi calada nessa situação toda foi o Henry. Ele foi calado. Ele pediu ajuda e não foi ouvido. Ela teve oportunidade de se manifestar”, disse na terça-feira (4) o titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), delegado Henrique Damasceno, que conduziu as investigações.

Defesa

A defesa de Jairinho disse que houve muito açodamento para a conclusão do inquérito e que não há dúvida de que a mesma celeridade ocorrerá da parte do Ministério Público. “Esta pressa não é aconselhável em um processo de alta complexidade. A pressão da opinião publica não pode interferir sob pena do cometimento de erros graves”, informou a defesa.

Morte de Henry

Laudo do Instituto Médico Legal revelou que o menino, morto no dia 8 de março, sofreu 23 lesões, três delas na cabeça, e morreu devido a uma hemorragia no fígado provocada por ação violenta.

Além do homicídio, Jairinho também foi indiciado por dois episódios de crime de tortura ocorridos em fevereiro e Monique, por tortura por omissão, porque, segundo as investigações, ela sabia que o filho estava sendo torturado e não agiu para evitar o crime.

O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que vai decidir se denuncia ou não o casal pelos crimes.

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