O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta sexta-feira (25) que irá se aposentar cerca de vinte dias antes da aposentadoria compulsória – em 1º de novembro. O decano da corte vai deixar sua cadeira em 13 de outubro.

Também na sexta-feira, o ministro antecipou o seu retorno de licença médica e decidiu enviar uma carta ao presidente do STF, Luiz Fux, comunicando a decisão.

A aposentadoria só ocorrerá após o julgamento do inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, marcado para a próxima sexta-feira (2). Ele é o relator do caso e defende que Bolsonaro preste depoimento presencial, na sede da PF, frente-a-frente com o ex-juiz Sérgio Moro – que fez as denúncias.

Segundo informações dos jornalistas Daniela Lima e Yuri Pitta, da CNN Brasil, a base do governo Bolsonaro já estaria se articulando para conseguir uma aprovação relâmpago do novo ministro, até 15 de outubro.

Um dos cotados é Jorge Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, evangélico e com longa relação com o ex-capitão.

Outro nome cogitado para a cadeira de Celso de Mello é o do procurador-geral da República, Augusto Aras, que vem elevando o tom contra membros da Operação Lava Jato e é visto por parte de seus pares no Ministério Público Federal como alinhado ao presidente.

Em maio, Augusto Aras afirmou que seu compromisso é em “cumprir o biênio conferido” a ele. E que seu empenho estava “centrado no enfrentamento à epidemia da covid-19 e na preservação da ordem jurídica que mantém a democracia participativa em nosso país.”

O nome do ministro da Justiça André Mendonça, aparece entre os cotados para o STF.

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