Um dos sucessos da Netflix, a série Sintonia, de KondZilla, teve sua segunda temporada lançada no final de outubro deste ano e vem conquistando, cada vez mais, fãs.

Christian Malheiros, que interpreta Nando, abriu o jogo sobre a vida de seu personagem e comparou a trajetória nas duas temporadas. “Na primeira, ele começa tentando um espaço, ele não está no lugar de decidir as coisas, está no de receber as ordens. Na segunda, você vê que ele já é patrão, que se veste melhor. O carro e a casa dele são melhores. Ele tem um poder, impõe um respeito, não ameaça ninguém, mas quando chega ao lugar, as pessoas já sabem quem é, para que veio, já sabem como chegar, como falar, como se portar, porque ele conquistou esse lugar de ser um patrão”, disse ele.

O crescimento de Nando o colocou em um patamar muito mais alto nesta nova fase da trama. “Muitas coisas que ele resolvia na primeira temporada como uma pessoa do crime, ele não tem mais tempo para resolver. Então, ele fala: ‘Formigão, resolve’, ‘Fulano, resolve’. Antigamente, ele tinha que saber quanto tinha no caixa; hoje, ele pergunta ‘quanto que a gente fechou?’, ‘o carregamento vai chegar ou não?’. Ele está se preocupando com coisas muito maiores, é tanta responsabilidade que ele tem… Isso muda a postura dele, como as pessoas enxergam ele”, explicou Malheiros.

E, claro, com mais poder, Nando também começou a ter mais problemas e responsabilidades. “Aumentou tudo. Ele pode estar numa piscina, numa casa luxuosa, mas não tem paz no coração, porque tem dois mundos acontecendo: um da vida comum, que é os amigos e a família que ele tem que sustentar, e outro, que é o crime. É uma engrenagem que não pode, de forma nenhuma, dar errado, ele é um cara que tem que conduzir tudo. Mas é tudo muito interno, isso chega a ser ensurdecedor para ele, de tanto B.O. que tem que resolver. E ele não pode desabafar com a Rita, com o Doni. Se desabafar, vai colocar essas pessoas no B.O”.

Todos os problemas ainda ficam maiores com a impossibilidade de desabafar com os seus parceiros, interpretados por Jottapê Bruna Mascarenhas. “Então, acho que é um personagem muito complexo porque ele tem que segurar duas estruturas sozinho e não pode demonstrar nada. Ele não pode chegar para o pessoal do crime e falar: ‘Olha, tá difícil’. E também não pode chegar para a família dele e falar: ‘Tá difícil’. Ele tem que transparecer segurança para todo mundo que confia nele”, pontuou.

“Não achei que o meu personagem fosse ser tão querido. Ouvia muitas coisas: ‘Tenho um amigo que é assim’, ‘Me identifiquei muito porque quase fui por esse caminho e acabei sendo salvo’, ‘Minha mãe orou muito por mim, eu conheci a Igreja…’. Nem todo mundo que me mandou mensagem falando que gostou, que entendeu esse personagem são pessoas que foram para o crime”

Por fim, ele refletiu sobre o tratamento do público com o seu personagem, que é a principal figura na trama. “O fato do Nando ser do crime é uma escolha que a vida apresentou para ele. Ele é humano, vai chorar, vai rir, vai sentir medo e você vai ver isso sempre no olho dele. As pessoas olham para ele e falam: ‘Eu te entendo, sei que é sentir medo, como é se sentir apreensivo’. Não é ‘ah, ele é bandido, tem que sofrer’. Isso para mim é o ouro de Sintonia”, completou ele. (Metrópoles)

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