Folha de S.Paulo – O jogador do São Paulo e da seleção brasileira Daniel Alves, 36, está preocupado com o começo do Votuporanguense no Campeonato Paulista da Série A-2 (segunda divisão). São quatro jogos e três derrotas até agora, o que coloca a equipe na lanterna da competição.

A relação do atleta baiano de Juazeiro com o time de Votuporanga (a 525 km de São Paulo) é profissional, já que o são-paulino detém 20% do quadro societário do Clube Atlético Votuporanguense LTDA.

Atualmente, ele negocia a compra de mais 20%, que o clube estima ter o valor de R$ 1 milhão a partir de uma auditoria que contratou.

Daniel Alves e o seu empresário, Fransérgio Euripedes Ferreira Bastos, são sócios da empresa Flash Forward Investimentos e Participações, constituída em 2018 com objetivo de agenciar profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas.

Conforme certidão da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), a Flash Forward passou a fazer parte do quadro societário do Votuporanguense com aporte de R$ 381 mil, em março de 2019, e o capital social da equipe passou para R$ 2.181.000,00.

Além da Flash, o quadro de sócios da equipe reúne os empresários Helton Renato Borges, com cotas de R$ 900 mil, e Roberto Vieira Silva Junior e Marcelo de Oliveira Melo, ambos com R$ 450 mil cada um.

Antes de Daniel Alves, o atacante Thiago Ribeiro, ex-São Paulo e Santos, também foi um dos proprietários do time interiorano. Ribeiro nasceu na cidade vizinha Ponte Gestal, a menos de 50 km de Votuporanga, e costuma passar férias na região.

Bastos, que teve uma carreira modesta como zagueiro, não conseguiu emplacar no cargo de treinador. Em 2013, ele comandou o Votuporanguense na Série A-3, mas pouco depois desistiu da profissão.

Cultivou, porém, uma boa relação com os proprietários do clube, entre eles Marcello Arenas Stringari, que vendeu a sua participação e hoje atua como presidente remunerado. “Um cara vitorioso como o Daniel Alves ajuda e muito o clube que sonha com conquistas e calendário nacional”, diz o dirigente.

Stringari afirma que, apesar de o clube estar na Série A-2, é um exemplo para agremiações de elite. A folha salarial da equipe é de R$ 200 mil mensais. “O Votuporanguense não tem dívidas, não tem ações trabalhistas. É muito sadio administrativamente”, afirma. Recentemente, quatro jogadores da base foram negociados com o Athletico-PR.

Daniel Alves não participa das discussões administrativas nem do planejamento do futebol. O são-paulino nunca nem esteve na cidade, diferentemente de Bastos, que tem casa em Votuporanga.

“Pretendemos utilizar a imagem dele para angariar torcedores e patrocinadores, mas o Daniel tem uma agenda louca”, diz o sócio.

A cidade de Votuporanga tem população de 94.547 habitantes, segundo estimativa do IBGE. Nos dois jogos que fez em seu estádio, a arena Plínio Marin, o time reuniu uma média de público de 1.112 pagantes e obteve uma arrecadação líquida de R$ 16.556,06.

Procurado por meio de sua assessoria de imprensa para comentar o assunto, Daniel Alves não retornou o contato.

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