A supersafra de grãos impulsionou o resultado da agropecuária em 2020. A despeito do choque na economia provocado pela pandemia do novo coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu 2,0% no ano passado, na contramão da queda de 4,1% da economia como um todo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 3.

O bom desempenho das lavouras de soja, café e milho puxou o setor agropecuário para o melhor desempenho desde 2017. Naquele ano, a recuperação de uma quebra de safra em 2016 para uma produção recorde levou a um salto de 14,2% no PIB da agropecuária.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima um crescimento de 2,5% do PIB da agropecuária em 2021. “O resultado deve ser puxado pela forte produção de grãos e carnes, com firme demanda internacional por grãos e consumo interno de alimentos aquecido”, disse o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon. “Mas o crescimento pode ser limitado pelo possível impacto das adversidades climáticas sobre as culturas de milho de segunda safra, café e suco de laranja.”

Caso não houvesse crescimento da agropecuária, o declínio do PIB nacional seria ainda maior. “O crescimento da agropecuária foi importante não somente para esse indicador econômico, mas também na geração de empregos, na exportação, entre outros. Mesmo que o setor tenha apresentado um crescimento mais modesto, ele vem dando importantes contribuições para economia como um todo”, apontou o coordenador da CNA.

Pelo lado da oferta, apenas quatro atividades ficaram no azul em 2020: agropecuária, serviços financeiros, atividade imobiliária e indústria extrativa mineral. Somadas, esses setores respondem por pouco mais de um quarto de todo o PIB. Em 2020, a agropecuária aumentou sua importância no PIB brasileiro, crescendo de uma fatia de 5,1% da economia brasileira em 2019 para 6,8% no ano passado. “A agropecuária ganhou bastante peso, porque (a produção) cresceu e porque os preços subiram. A indústria e os serviços perderam”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

A indústria de transformação reduziu seu tamanho no PIB de 11,8% em 2019 para uma participação de apenas 11,3% em 2020. Prejudicados pela necessidade de medidas de distanciamento social em função da pandemia de covid-19, os serviços encolheram de uma proporção de 73,5% no PIB de 2019 para 72,8% em 2020. As atividades mais afetadas do setor foram hotelaria, restaurante e bares. (Estadão)

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