A Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos pede o afastamento imediato do presidente José Carlos Peres e de sete membros do Comitê de Gestão: Anilton Perão, Bruno Carbone, Estevam Juhas, Fábio Gaia, Matheus Rodrigues, Paulo Schiff e Pedro Dória.

O parecer da CIS será votado em reunião virtual na próxima segunda-feira, a partir das 19h30, entre os membros do Conselho Deliberativo. Afastado das funções, o vice-presidente Orlando Rollo não está envolvido no processo e poderia assumir o clube até o fim do ano.

A Comissão de Inquérito e Sindicância concordou com o Conselho Fiscal sobre irregularidades na gestão de Peres. O Santos teve as contas de 2019 reprovadas. Houve superávit de R$ 23,5 milhões de superávit no ano passado, mas contou com contabilização da venda de Rodrygo ao Real Madrid, da Espanha, por R$ 190 mi.

Em 2018, José Carlos Peres foi “salvo” pelos associados em assembleia após o Conselho aprovar o impeachment. Desta vez, Comissão de Inquérito e Sindicância e Conselho Fiscal pedem afastamento imediato até a votação entre os sócios. Durante o período, Rollo assumiria a presidência. Há dois anos, Peres ficou no cargo até a decisão final dos torcedores. A Comissão de Estatuto foi acionada para analisar a situação.

O rito “tradicional” previsto no Estatuto Social é o seguinte: recomendação da Comissão de Inquérito e Sindicância, aprovação ou não no plenário. Se sim, o caso volta para a CIS e o amplo direito à defesa é dado, com o recebimento das justificativas da diretoria.

Com a defesa em mãos, a CIS pode manter ou não o parecer favorável ao impeachment. E o Conselho Deliberativo vota pelo “sim” ou “não” novamente. Se o “sim” persistir, uma assembleia com os associados é marcada – neste caso, haveria a preocupação em função da pandemia do novo coronavírus. O clube tenta viabilizar o voto virtual para a eleição marcada para dezembro.

Pelo que a Gazeta Esportiva apurou, a Mesa Diretiva do Conselho Deliberativo prioriza o trâmite “convencional” realizado em 2018, para evitar qualquer ação na Justiça. A atualização no Estatuto Social, porém, permite o afastamento imediato do presidente até a realização da assembleia entre os associados.

Irregularidades

De acordo com parecer do Conselho Fiscal sobre 2019, o presidente Peres admitiu utilização indevida do cartão corporativo, “bem como a negligência com as pendências de ressarcimento dos valores”. Isso infringe o Estatuto Social em mais de um artigo. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o presidente disse que cancelou o cartão. 

O CF apontou apontou R$ 28.761,65 gastos por motivação pessoal e sem reembolso. Peres afirmou por várias vezes ter usado o dinheiro para reuniões ou necessidades do escritório do clube em São Paulo.

O Conselho Fiscal também ratificou a preocupação com comissões a empresários. E não obteve os documentos pedidos da venda de Bruno Henrique ao Flamengo, por exemplo.

Outro ponto importante, de acordo com o relatório do CF, é a utilização de escritório de advocacia contratado pelo Santos para defender Pedro Doria, membro do Comitê de Gestão, e também da filha do presidente José Carlos Peres.

Todas essas denúncias foram encaminhadas à Comissão de de Inquérito e Sindicância. (Gazeta Esportiva)

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