No mês de prevenção ao suicídio, o tema da saúde mental ganha força na televisão, nas escolas, entre os amigos, mas nem sempre a conversa acontece dentro de casa entre pais e filhos adolescentes. O tema ainda é tabu, mas de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, as tentativas de suicídio aumentaram 50% entre jovens de 12 a 17 anos durante a pandemia. A psicóloga especialista em Clínica Psicanalítica Infantil da Holiste Psiquiatria, Alice Munguba, explica que o diálogo é importante e pode abordar ensinamentos para a vida adulta.

Um dos principais é enfatizar que as dificuldades fazem parte da vida. Pode parecer contraditório, mas é importante não patologizar o sofrimento desde o início – ou seja, não o taxar como doença. “Estamos falando de uma geração que se sente bastante desnorteada frente às adversidades. Eu tenho notado que muitos adolescentes hipervalorizam situações de frustração porque não estão acostumados com as adversidades mais profundas. Em casa, os pais devem esclarecer que os desafios e as diferentes perdas fazem parte da vida, mas que é possível passar por estes momentos”, comenta.

A importância de ouvir

A adolescência é um período difícil e que todos os adultos já vivenciaram. Com a descoberta do corpo, das normas sociais, dos relacionamentos, e da própria personalidade, nesse ambiente complexo, muitas vezes o que o adolescente precisa é muito simples: ser ouvido. Alguém que valorize os sentimentos que o jovem expressa e que, melhor ainda, pode ser o pai ou a mãe – que é a figura de referência.

“Ter conversas como essa são importantes porque ajudam o adolescente a entender o próprio sentimento. Muitas vezes, a escuta e a valorização do que está causando sofrimento reduz bastante a angústia. Os pais precisam aprender a deixar o adolescente falar e demonstrar empatia porque é comum que os jovens assumam que não serão compreendidos.  Esse momento de escuta é essencial até para entender quando é a hora de pedir ajuda”, aponta.

Setembro Amarelo e Suicídio na adolescência

Seja com pessoas próximas ou nas redes sociais, em algum momento o assunto suicídio aparecerá na vida do adolescente. A psicóloga ressalta que é importante que esse tema seja abordado com as figuras de confiança e referência dos adolescentes. Casos de depressão, ansiedade e automutilação (cortes) podem acontecer dentro de casa, sem que os responsáveis percebam, porque os jovens escondem as feridas para não preocupar a família ou porque não tem suficiente diálogo e intimidade para pedir ajuda.

Para a especialista, a construção dessa intimidade é uma tarefa que começa ainda na infância: “Para conversar sobre esse assunto é pressuposto que a família já tem um bom nível de conversa sobre outros temas relevantes para a formação do adolescente. O ambiente de confiança deve ser criado desde a infância porque na adolescência fica mais difícil resgatar o tempo perdido já que, muitas vezes, se instaurou uma lacuna de intimidade muito grande”.

A psicóloga complementa que outra saída encontrada pelos jovens é conversar com as mães de outros colegas sobre o tema. Muitas vezes, essa figura é a primeira a saber sobre períodos de sofrimento emocional ou até mesmo discursos suicidas. Por isso, reforça, “estar em contato com os amigos e famílias próximas é essencial e pode dar início a uma rede de apoio e diálogo. Ainda assim, é fundamental buscar apoio médico para encaminhar essas questões se elas surgirem”, completa.

Para mais informações sobre saúde mental na adolescência acesse o site: www.holiste.com.br

Sobre a Holiste   

Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, criada há 20 anos pelo médico psiquiatra, Dr. Luiz Fernando Pedroso, sediada em Salvador, Bahia, com atendimento nacional. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), dispondo sempre de estrutura e tecnologia de ponta. 

A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br.

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