Preocupações excessivas, dificuldades na memorização e atenção são alguns dos principais sintomas que podem apontar quadro de ansiedade em crianças, além dos sintomas físicos, como episódios de diarreia, sensação de falta de ar, sudorese e taquicardia.

Para o psicólogo Felipe Laccelva, quem acredita que problemas de ansiedade são exclusivos de adultos está enganado. Crianças também são prejudicadas e apresentam sintomas de ansiedade que merecem atenção profissional, principalmente pelo fato de não terem uma estrutura emocional desenvolvida como os adultos.

De acordo com um estudo da USP, após a chegada do novo coronavírus, uma em cada quatro crianças apresentou sintomas de ansiedade. No período anterior à pandemia, pesquisas indicavam que a doença atingia uma a cada oito crianças.

“Houve mudança nos níveis de ansiedade dos pequenos, pois o novo normal exigiu uma adaptação na rotina. Outro fator que colaborou negativamente foi o afastamento de outras pessoas, e caso os pais não estejam atentos, não vão perceber o possível sofrimento dos seus filhos”, afirma o psicólogo.

Ele alerta que os principais tipos de ansiedade identificadas em crianças são fobias específicas e sociais, transtorno de ansiedade de separação, que é mais comum em crianças pequenas, transtorno de pânico, mais comum em adolescentes, transtorno de ansiedade e estresse pós-traumático.

Segundo o especialista, após identificar esses sinais e o tipo de ansiedade, a procura por um especialista é necessária, porque quanto antes for diagnosticado e tratado, melhor será a recuperação durante o desenvolvimento das crianças.

Para Laccelva, muitos destes tipos de ansiedade podem ser tratados com terapia comportamental, utilizando princípios de exposição e reação e, em alguns casos, com ajuda de medicação.

O ambiente de criação

De acordo com o psicólogo, o ambiente de criação influencia no crescimento e desenvolvimento da personalidade de uma criança. A ansiedade dos pais, ou nervosismo apresentado em casa, pode influenciar na saúde mental durante a infância, adolescência e ser refletindo na vida adulta.

“O recomendado é que os pais se proponham a criar um ambiente emocionalmente saudável para os filhos, que aprendam a combater os seus medos e desenvolver o controle das emoções, prevenindo o surgimento de transtornos de ansiedade, por exemplo”, conta.

“Além disso, é importante a abertura dos pais para acolher angústias que os filhos apresentem durante esse período e procurar não julgar. Com isso, um canal de comunicação é aberto, logo, os níveis de ansiedade dos pequenos podem diminuir”, ressalta o especialista.

Estudos demonstram que a ansiedade na infância é um fator de risco aumentado para o desenvolvimento de outros transtornos comportamentais na vida adulta. Por isso, é necessário cuidado e atenção dos pais e professores na escola. (Metrópoles)

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