Dani Calabresa falou pela primeira vez após as denúncias de assédio contra o ex-colega de trabalho Marcius Melhem. Em entrevista ao programa Saia Justa, do GNT, a comediante revelou que se apegou ao trabalho para superar o episódio.

“O que me ajudou a colar os pedaços foi o trabalho. O trabalho me salvou. Eu tenho porque acordar. Eu tenho que tomar banho. Eu tenho que lembrar quem sou. Os amigos, família, terapia, também. Mas o trabalho foi o que mais salvou”, contou Calabresa.

A comediante revelou que não denunciou Melhem antes por medo de alguma retaliação no trabalho. “Por causa do trabalho eu não reagi antes. Eu tinha tanto medo de sofrer. Tinha medo de sofrer um boicote. O assédio é um assunto tão assustador que a gente tenta fingir que é normal”, disse.

“Você segue como você consegue. Fingindo normalidade, tentando ser legal, demonstrando uma gratidão excessiva. Mas chega uma hora que isso começa a fazer tão mal que você tem que arrebentar a tampa desse caldeirão”, completou.

Por fim, a comediante fez um alerta: “Nada autoriza assédio. Nenhuma brincadeira, nenhuma mensagem autoriza assédio. Naquele dia foi carinhosa, riu, bebeu, não interessa. Ninguém tem o direito de forçar o contato físico com ninguém. É preciso permissão. É muito difícil lidar com tudo isso, organizar o pensamento. Estou com meus pedaços colados, estou leve. E na terapia”.

Comovida com o desabafo, a apresentadora Astrid Fontenelle elogiou Calabresa e afirmou que ela deveria se orgulhar, já que várias mulheres se inspiraram na força dela para conseguir denunciar casos de assédio também. “Chore, mas chore de alegria e de orgulho da mulher que você reconstruiu”, afirmou.

(Metrópoles)

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