A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) expulsou o cabo da reserva Chrisanto Lopes Netto Galvão, acusado de calote por dezenas de casais que se dizem vítima da empresa de organização de casamentos do ex-policial.

Netto Galvão começou a exercer a atividade após pedir licença da PMDF, entre 2014 e 2015, e pouco depois foi para a reserva da corporação. A exclusão “a bem da disciplina” foi publicada na edição do Diário Oficial do DF desta quarta-feira (09/10/2019).

No Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), Netto Galvão é alvo de 17 processos, todos eles envolvendo tentativa de ressarcimento por parte de fornecedores e noivos que se sentiram prejudicados pelo policial cerimonialista.

Em maio de 2015, várias mulheres com casamento marcado registraram ocorrência contra a empresa de decoração e fotografia de Netto Galvão. Muitas contaram que a firma teria fechado as portas e que, depois disso, ele havia desaparecido e não atendia as ligações ou respondia mensagens.

As mulheres também alegavam ter recebido um e-mail, supostamente enviado pelo decorador, alegando problemas psicológicos e falência. Isso fez com que as noivas reagissem e procurassem as autoridades.

Prejuízo

As investigações da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) apontaram que cerca de 100 pessoas teriam sido lesadas. Netto Galvão se entregou à polícia no dia 20 de agosto de 2015, após uma temporada na França. O prejuízo estimado aos casais ficou em torno de R$ 1,6 milhão (em valores da época).

Em fevereiro de 2017, a Justiça condenou o decorador e então policial militar a pagar R$ 70,5 mil de indenização por danos morais e materiais a cinco casais, devido ao descumprimento de contratos. Esse valor também incluía multas impostas pelo Judiciário.

Após se apresentar à 3ª DP, Galvão Netto alegou que esteve internado em uma clínica psiquiátrica em Goiânia. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva do decorador, mas a Justiça não acatou o pedido.

A reportagem questionou a PMDF se a expulsão está relacionada aos casos de calote atribuídos ao policial e ainda aguarda resposta. O Metrópoles não conseguiu contato com o decorador. O telefone informado no registro da empresa de Galvão Netto na Receita Federal consta como inexistente. (Metrópoles)

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