O decreto estadual que determina a suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais, continua vigente no Amazonas. Disse o governador do Amazonas, Wilson Lima, durante reunião nesta segunda-feira (30) com representantes dos poderes Legislativo e Judiciário, órgãos de controle e entidades do comércio e da indústria.

De acordo com o governador a medida é necessária para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19). “O decreto do Governo do Estado continua valendo e aqui nós montamos um comitê de representantes do Governo e também do comércio e da indústria, para entender como é que a economia vai continuar funcionando no Estado do Amazonas e como é que faremos essa conciliação entre garantir empregos ou demitir o mínimo possível, conciliando com a proteção das pessoas”, ressaltou.

Ele frisou que a prioridade neste momento é a saúde, mas que o Estado estuda meios de recuperar a economia, alinhado com todos os setores produtivos.

“A vida das pessoas está em primeiro lugar e é isso que nós colocamos aqui e deixamos muito claro, disso nós não abrimos mão. Primeiro cuidamos da vida das pessoas, e depois entendemos como vamos caminhar com as atividades econômicas que são fundamentais. Nós estamos tomando medidas que são duras, não há nenhuma decisão fácil neste momento, mas elas são importantíssimas e devem ser tomadas, de forma muito responsável”, destacou ele, ao frisar que todas as determinações seguem orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e órgãos estaduais de saúde.

No encontro, que contou com a participação o vice-governador e chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, e secretários estaduais, foram discutidos aspectos da assistência e vigilância em saúde, além de alternativas para mitigar os impactos econômicos ocasionados pela pandemia do Covid-19.

A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, destacou que neste início da epidemia no Estado poucos casos positivos têm mais de 60 anos e a população mais atingida pelo novo coronavírus está na faixa-etária de 30 a 49 anos. “A nossa força de trabalho é que está sendo atingida, não são os idosos nem as crianças”, disse.

O médico e pesquisador da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e da Fiocruz, Marcus Lacerda, que conduz pesquisa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19  no estado, ressaltou que a maioria das pessoas será contagiada pelo vírus mas é necessário que seja de forma lenta, daí a necessidade da redução do contato entre pessoas.

Representantes do comércio e indústria

Representantes de entidades da indústria e comércio avaliaram positivamente o encontro com o governador Wilson Lima. Eles consideram positiva a criação de um comitê que vai discutir a retomada gradual da atividade econômica à medida que o controle do novo coronavírus (Covid-19) avance.

“Nós confiamos muito no Governo do Estado e esperamos que realmente ele sempre possa contar com a gente. A indústria está à disposição, nós estamos nos esforçando para arranjar outros meios para termos os produtos aqui falados, que são respiradores, EPIs de modo em geral, principalmente envolvendo saúde e segurança. Nós vamos, com certeza, colaborar todos juntos”, salientou Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.

“O detalhamento oferecido pela equipe de saúde trouxe bastante informação e clareza nas decisões que devem ser priorizadas. Nós sentimos que foi muito mais um alinhamento na busca de soluções. Nós precisamos sim pensar nas pessoas tanto no aspecto da saúde quanto no aspecto de renda, e isso deve ser feito com muita responsabilidade”, considerou Wilson Périco, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus, Ralph Assayag, elogiou as medidas tomadas pelo Governo do Estado, por meio dos decretos com determinações em combate ao coronavírus. “Alguns estados copiaram o nosso decreto, estão usando, inclusive, até esse momento. Isso vai dar mais tranquilidade para as pessoas e para os comércios que estiverem abertos colaborarem. Temos que usar todo o protocolo, também, do Ministério da Saúde, para que a gente possa levar cada vez mais tranquilidade para as pessoas que trabalham na saúde”, destacou Assayag.

Para Ataliba David Filho, presidente da Associação Comercial do Amazonas, as discussões em torno da situação econômica favorecem a recuperação mais rápida do Estado. “Isso vai trazer bons resultados. Realmente a economia vai carecer de tratativas que serão feitas futuramente, para recuperarmos a atividade econômica do Estado. Essas tratativas vão atenuar a situação das pequenas empresas. Nós sabemos que a pandemia é muito grave e sabemos da necessidade de todos estarmos unidos, nessa hora, para combater essa pandemia”, enfatizou Ataliba.

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