Os desafios para o tratamento dos cânceres no Amazonas passam pela defesa e estabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi o que declarou, na quarta-feira (18/09), o diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), mastologista Gerson Mourão, na palestra “História e Desafios do Tratamento Terciário”.

O mastologista foi um dos palestrantes do 13º Pré-Congresso da Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer (RFCC), que acontece paralelamente ao 5º Congresso Pan-Amazônico de Oncologia. O evento ocorre até hoje (20/09), no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, na avenida Constantino Nery, 5.001, bairro Dom Pedro.

Segundo Mourão, o sistema de saúde é formado pelo SUS (76%), saúde complementar (23%), e pelo particular (1%), sendo o SUS o responsável por atender a maior parcela da população. Ele explicou que, com a rede pública fortalecida, é possível superar os desafios regionais do Amazonas, por exemplo, geográficos, de interiorização, e financeiro, além dos entraves na prevenção e diagnóstico.

“Os repasses dos recursos financeiros precisam ser igualitários. Não dá para entender como municípios como Borba (AM) e Cametá (PA), que têm o mesmo número de habitantes, recebem repasses tão distintos. O primeiro recebe R$ 2,4 milhões, enquanto o segundo R$ 11 milhões”, destacou Mourão.

A sustentabilidade do SUS, conforme Mourão, influencia diretamente na FCecon, uma vez que a maior parte do orçamento do hospital é com manutenção em serviço e consumo (54%) e medicamentos e PPS (44%). Ele ressaltou que, na Fundação, o serviço de Quimioterapia responde por 90% do gasto com medicamentos, principalmente, no tratamento dos cânceres de mama e de colo de útero. 

“Os cânceres de próstata, mama e de colo de útero são os mais incidentes no Amazonas, por isso decidimos enfrentá-los. E projetos como o ‘Ver e tratar o colo uterino’ são fundamentais para diminuir o número de casos desse tipo de neoplasia no interior do estado, ao prevenir e evitar o deslocamento de mulheres portadoras de lesões precursoras à capital amazonense”, pontuou Mourão.

ONGs – A mesa-redonda também contou com a participação das presidentas das Organizações Não Governamentais (ONGs) Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), enfermeira Marília Muniz, e da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (RFCC-AM), Tammy Cavalcante Xavier Avelino. Elas falaram sobre a trajetória à frente das ONGs, implantação, ações desenvolvidas no Amazonas, a importância do trabalho e os desafios para o cuidado do paciente com câncer. 

Cerimônia das bandeiras – Durante o evento, foi realizada a Cerimônia das Bandeiras das RFCCs do país, que teve a participação das representantes do Maranhão, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Alagoas, São Paulo, Tocantins, dentre outras.

Ainda durante o evento foram realizadas homenagens, e uma delas foi à fundadora e ex-presidente da RFCC-AM, Marlene Braga, pelos seus 36 anos de trabalho à frente da ONG.

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