Por: Luís Carlos Lemos da Silva, professor mestre em Filosofia.

Existem muitas teorias e teóricos sobre educação no país. Eu não vou escrever aqui sobre nenhum teórico conhecido. Vou falar sobre a minha experiência de quase vinte anos como professor de escola pública e particular em Manaus. Com todo esse tempo de sala de aula eu penso que tenho alguma coisa para dizer, você não acha?

Sou primeiro e principalmente professor de filosofia.  Mas estou cada vez mais consciente do fato de que não se pode progredir em nenhuma das questões que realmente importam para a educação no país fazendo uso somente dos recursos de uma disciplina particular. Ou seja, a educação é uma convergência de forças somadas numa única direção: o estudante.

Dessa forma, penso que os debates em torno da educação são multidisciplinares e interdisciplinares. Envolvem política e pedagogia, história e ciências sociais, filosofia, estudos culturais, estudos sobre a mulher e estudos étnicos, lei, economia política, ética, etc. A educação deve ser um trabalho de equipe. Ninguém faz nada sozinho.

Todos os anos ensino para os meus alunos, que esperam aprender algo realmente importante comigo, uma velha lição que aprendi ainda no tempo de estudante:

“Não desenvolvo bem um argumento somente seguindo meu próprio raciocínio”.

Por quê? Porque só aprendemos algo verdadeiramente importante quando respeitamos a opinião do outro.

Um dos objetivos da educação cidadã, dá qual sou adapto, é contribuir com a formação crítica do estudante, e desenvolver um sistema de justas oportunidades educacionais para todos. Na minha prática educacional, durante todo esse tempo que estou em sala de aula, sempre agir no sentido de promover a abertura ao pluralismo de ideias. Não poderia ser diferente, todo professor\professora sabe que o pluralismo é sinal inteligência.

Em suma, penso que duas questões precisam ser distinguidas aqui. A primeira diz respeito à importância da educação para o estudante de hoje. Para que isso de fato aconteça, só existe uma saída: igualdade de oportunidades para todos. À segunda, e não menos importante, não podemos criar escolas separadas para grupos particulares. Isso significa divisão, segregação e não união, respeito e amor a pátria. Qualquer sociedade minimamente boa e justa buscará igualar as oportunidades educacionais para todos.

Por fim, devo dizer que não se desenvolve verdadeiramente uma educação cidadã fechando-se em suas teorias, em seus gurus e desprezando os outros, a opinião alheia. O pluralismo é importante para a educação cidadã, e o Brasil só terá um crescimento educacional sustentável quando igualar as oportunidades educacionais para todos. 

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