Parece que foi ontem, mas no próximo domingo, dia 10 de abril, completam-se dez anos do lançamento do meu livro “O primeiro olhar A filosofia em contos Amazônicos”. Prezado leitor e estimada leitora, eu tenho muito o que dizer sobre este livro. Em primeiro lugar, que ele me abriu portas que antes nem imaginava. Conheci pessoas interessantíssimas e outras nem tanto assim, mas necessárias para o meu crescimento pessoal e profissional. Em segundo lugar, os dividendos com a publicação desse livro foram muitos, principalmente aqueles oriundos dos meus alunos, que são os meus primeiros leitores e para quem este livro foi escrito. As críticas também foram muitas e algumas desnecessárias, porém importantíssimas para o meu processo formativo como escritor.

Para ser preciso, o lançamento desse meu livro aconteceu no dia 10 de abril de 2012, numa terça-feira, às 19h0, na Livraria Bemol, do Shopping Manauara. Nessa época, eu trabalhava como professor de Filosofia no Colégio Estadual Dom Pedro II, no Centro de Manaus. Lembro-me, nitidamente, da reação da turma quando eu disse que era autor do livro e que aguardava todos para o lançamento do meu livro. Um aluno, incrédulo, perguntou-me:

— “Professor, é o senhor mesmo o autor desse livro?”. — “Sim” – respondi-lhe. — Por que a dúvida, meu jovem?”. — “É que eu nunca tinha visto um escritor antes!” – concluiu o aluno espantado! Um outro aluno, talvez sentindo-se encorajado pela pergunta do colega, indagou-me:

— “Existe escritor vivo, professor?”. — “Sim, olha eu aqui”. – respondi-lhe. E ele retrucou: — “Eu pensava que não existia escritores vivos.” Pela pergunta do aluno, todos riram as gargalhadas. Aproveitei a ocasião para falar dos escritores locais e da importância do perguntar na Filosofia.

No ano seguinte, em 2013, fui trabalhar no Centro Universitário do Norte (UNINORTE). Nesta instituição, ministrava aula de Introdução à Filosofia nos cursos de Administração e Marketing. Com o apoio da coordenadora da época, professora Rosy Jane de Holanda e do meu colega de trabalho universitário Fernando Cardoso Guimarães, este meu livro foi indicado como bibliografia complementar para os universitários do primeiro período desses cursos. A aceitação foi imediata e o livro passou a fazer parte das rodas de conversas e seminários temáticos em sala de aula, na praça de alimentação e nos corredores da Faculdade.

Para escrever o livro “O primeiro olhar” A filosofia em contos amazônicos, tomei como referência à minha própria experiência como professor de Filosofia por mais de dez anos em sala de aula, tanto na rede pública como na rede privada de Manaus e do interior. Ao constatar que a maioria dos meus colegas professores usavam em suas aulas apenas livros de autores de fora, como, por exemplo, o livro Convite à Filosofia de Marilena Chauí, surgiu a ideia de escrever este livro.
Qual não foi a minha surpresa quando percebi que este meu livro começou a tornar-se referência na área da Filosofia em Manaus? Atualmente o livro “O primeiro olhar” A filosofia em contos amazônicos está sendo usado como referência bibliografia complementar em três faculdades de Manaus. Em 2023 pretendemos lançar uma edição especial para comemorar e agradecer tantas conquistas alcançadas.
Para os leitores mais exigentes, esclareço que este não é um livro de História da Filosofia, tampouco um livro didático, paradidático ou um romance. É um livro de contos que parte de frases de autores famosos para o início de um diálogo filosófico, levando o leitor (o estudante) a pensar o contexto amazônico e as vivências locais. Portanto, a filosofia que é apresentada por mim neste livro é de que todos nós, homens, mulheres, crianças, adolescentes e jovens podem filosofar. Para isto, basta não aceitar as ideologias dominantes e ter o espírito aberto, livre, para superar os obstáculos e os preconceitos que marcam o filosofar amazônico.

Acredito, ainda, que é abrindo uma questão cotidianamente, na mínima espontaneidade do discurso, que o que houver de desconhecido, um certo conhecimento há de se reconhecer. Ou seja, por mais arenoso que se apresente o caminho do filosofar amazônico, é preciso aventurar-se sem medo e sem culpa, insistindo na abertura da porta que conduz a pessoa humana a levar uma vida vivida na virtude.

Do desejo de inserir elementos da cultura amazônica nas aulas de filosofia nasceram outros dois livros: “O segundo olhar” A filosofia em temas amazônicos e “O terceiro” olhar A filosofia em lendas amazônicas, todos destacando a cultura e os costumes amazônicos locais. Por fim, podemos dizer que, à frente do seu tempo, quiçá da contemporaneidade, o livro “O primeiro olhar” A filosofia em contos amazônicos continua e continuará sendo leitura obrigatória para quem busca conhecer a filosofia amazônica.

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.

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