Com o objetivo de sensibilizar a população sobre a prevenção e o tratamento precoce contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), acontece durante todo o mês a mobilização nacional denominada ‘Dezembro Vermelho’. O período foi escolhido pelo Ministério da Saúde em razão do Dia Mundial contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro.

De acordo com a infectologista do Hapvida Saúde, Flávia Carvalho, o alerta é para a importância da adesão ao tratamento.  “O diagnóstico e tratamento precoces são importantes para que se alcance o mais breve possível a carga viral (quantidade de vírus HIV no sangue) indetectável. Isso impedirá o desenvolvimento para a Aids e a transmissão para outras pessoas”, afirma a médica.

Mais de 30 anos se passaram e hoje é possível viver bem com a doença. No entanto, viver com HIV e ter AIDS são situações diferentes. “Existem diversas pessoas vivendo com o HIV, com a carga viral indetectável, ou seja, que estão com a doença sob controle, tem imunidade adequada, não adoecerão pelo HIV e logo não desenvolverão AIDS. Essa última é para os pacientes que não realizam tratamento, o que deixa a imunidade deficiente ao ponto de dar abertura para outras infecções”, esclarece Flávia.

Estratégias

Segundo a especialista, apesar dos avanços, nos últimos 30 anos de enfrentamento à doença, ainda precisa ser feito muito esforço para reduzir a transmissão do vírus (HIV) causador da Aids. Por isso, a prevenção deve ser vista como a combinação de diversas estratégias. “Além de usar a camisinha, é fundamental fazer o teste periodicamente.  Se houver diagnóstico positivo, iniciar o tratamento o mais breve possível”, alerta Flávia. 

No campo da prevenção, o sistema público de saúde coloca à disposição da população as estratégias e tecnologias mais avançadas para a prevenção a infecção pelo vírus, como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP). Além de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chaves: grupo LGBTQ+, profissionais do sexo, população privada de liberdade e usuários de álcool e outras substâncias. Porém, a infectologista destaca que embora esse seja o público-alvo é importante lembrar que o HIV pode afetar todos os tipos de pessoas, independente de sua classe social ou faixas etárias.

Para Flávia Carvalho, um fator determinante que dificulta o diagnóstico precoce é o preconceito. “A medicina evoluiu bastante e atualmente oferece um tratamento simples, com poucos efeitos adversos que possibilita ao paciente uma adesão fácil e consiga ter qualidade de vida. Mas o estigma e preconceito acabam mantendo o tabu ‘viver com HIV’ algo complexo e difícil. Por isso é importante o conhecimento”, pontua a médica.

Índices

Atualmente, 75% das pessoas vivem com o vírus e lidam com seu estado sorológico. O objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) é garantir que até 2020 consiga atingir a meta 90-90-90.  A meta prevê que, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não mais possam transmitir o vírus. O Brasil é um dos países engajados nessa campanha para diminuir os índices e proporcionar maior acesso ao esclarecimento e tratamento adequado aos pacientes.

No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram esse estado de estarem indetectáveis. Essa conquista, se deve ao fortalecimento das ações do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância, prevenção e Controle das IST, Aids e Hepatites Virais (DIAHV), para ampliar a oferta do melhor tratamento disponível para o HIV.

Amazonas – No período de janeiro a outubro de 2019, Manaus registrou 1.017 novos casos de HIV em adultos residentes na cidade. Comparando os dados dos anos 2018 e 2019, houve uma redução de 20,73% no número de casos registrados este ano.

O sexo masculino apresenta número maior de casos (76,9%), quando comparado ao feminino (23,1%). Em relação à faixa etária, há predominância do número de casos entre indivíduos de 15 a 29 anos (598), seguidos da faixa etária de 30 a 49 anos (365).

Sobre o Sistema Hapvida
Com mais de 6 milhões de clientes, o Sistema Hapvida hoje se posiciona como o maior e único sistema de saúde suplementar do Brasil presente em todas as regiões do país, gerando emprego e renda para a sociedade. Faz parte do Sistema as operadoras do Grupo São Francisco, América, Promed e Ame, além da operadora Hapvida. Atua com mais de 29 mil colaboradores diretos envolvidos na operação, mais de 15 mil médicos e mais 14 mil dentistas. Os números superlativos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão direta da operação e nos constantes investimentos: atualmente são 40 hospitais, 155 clínicas médicas, 42 prontos atendimentos, 141 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial (Vida&Imagem).
Artigo anteriorAnticoncepcional altera estrutura cerebral das mulheres, diz pesquisa
Próximo artigoInovação tecnológica no Amazonas: evento discute soluções inteligentes para a sociedade