A ética nunca deveria ser um dilema, mas na sociedade atual, de base utilitarista, constitui-se num dos grandes problemas do agir humano. Sempre pensando nos próprios interesses, raros são as pessoas, os políticos, os empresários, que fazem alguma coisa pensando no coletivo.

Infelizmente, na correria do dia-a-dia, as pessoas estão mais preocupadas em “salvar a própria pele” do que pensar no outro, no coletivo. E nesse sentido, muitos acham que honestidade, gentileza, cooperação, são assuntos de pessoas desocupadas, que não tem nada o que fazer.

Essas constatações, carregadas de estranhas ambiguidades, nos obrigam quase que a tratar como única circunstância capaz de acabar com o egoísmo humano aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência coletiva, de amar o próximo sem esperar nada em troca.

Ou o homem contemporâneo desenvolve urgentemente o espírito da coletividade, a ética da responsabilidade social, ou ele caminhará para o aniquilamento total de sua espécie. Enquanto animal racional ele precisa parar de destruir à natureza, se não pouca coisa sobrará para contar a história.

Nesse sentido, ao longo da história do pensamento humano, temos vários exemplos que é plenamente possível progresso e desenvolvimento sustentável. Os povos nativos da floresta, o caboco, o ribeirinho, os indígenas, são exemplos de pessoas que convivem muito bem com a natureza, sem causar nenhum mal a ela.

Por que é preciso destruir a floresta, os rios, os animais, as aves, os insetos, a fauna e a flora, para termos crescimento econômico? É possível um outro meio de sobrevivência humana que não seja o capitalismo selvagem? É possível uma economia voltada para o coletivo e não mais para o individualismo?

De toda forma, enquanto esse novo mundo não vem, não podemos continuar aceitando, parados, de braços cruzados, que a Natureza, o Pantanal, a Amazônia, sejam destruídos em nome de um pseudo progresso. Ainda temos tempo para fazermos alguma coisa, basta queremos!

De forma prática, pensamos que a solução passa por essa eleição, pela próxima, e pela próxima…, elegendo candidatos que pensem no coletivo, na república, na coisa pública, na ética, e não nos próprios interesses, nos grupos e nas bancadas (evangélicas, ruralistas…) que lhes apoiam.

Portanto, é importante que o cidadão não fique inerte, parado, achando que está tudo bem. Não está tudo bem, e para mudarmos esse cenário é preciso deixarmos de lado as ideologias partidárias, econômicas, religiosas, e juntos construirmos ações que visem atender o bem-comum.

Por fim, e não menos importante, pensamos que somente através do trabalho coletivo, do respeito mútuo, da solidariedade, da cooperação, do amor pela coisa pública, pela ética, poderemos sair do caos em que nos encontramos atualmente. Pense nisso!

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e escritor, autor do livro: “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas”.
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