Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa essencialmente otimista, mas diante de tudo o que vem acontecendo no Brasil e no Mundo, por causa desse maldito coronavirus, não me furto de fazer a mim mesmo as seguintes perguntas:

Como não perder a fé diante de tanto sofrimento? Como enxergar o bem por trás de tantas tragédias? Como sair desse redemoinho de dor que estamos vivendo? Deus, onde o Senhor está que não impende todo esse sofrimento?

Naturalmente não tenho respostas para essas perguntas, mas uma coisa eu tenho certeza, e você há de concordar comigo, quem sofre quer entender o motivo. Por quê?

Num primeiro momento, esses questionamentos funcionam para mim como um mantra, uma oração, e todas às vezes que eu as “oro”, como faço agora, nesse momento que estou escrevendo esse artigo, sinto uma imensa paz interior. Parece que Deus fala comigo assim: “Você está no caminho certo. Não perca a fé”.

Em segundo lugar, esses questionamentos funcionam para mim como um desabafo, assim como fez Moisés: “Já não posso suportar sozinho o peso da responsabilidade que tu me deste, Senhor: esse fardo é de mais para mim. Se queres continuar a me tratar assim, peço que me tires a vida! Porém, se vais me ajudar, então me livra dessa desgraça”. (Nm 11, 14-15)

Por que estamos passando por tudo isso? Será que como humanidade estamos falidos? Será que Deus, todo-poderoso, deixaria seus filhos perecerem? Por que Deus, em sua infinita bondade, não consegue diminuir a aflição de nossa gente? Por que será que Deus não quer livrar o Brasil e o Mundo do mal que abateu sobre nós?

Por outro lado, também devemos fazer a nós mesmos às seguintes perguntas: Será que estamos dispostos a pagar pelos nossos erros? Que lições estamos tirando de tudo isso? Será que nós merecemos o perdão de Deus? Será que saberemos atravessar todo esse vale de lágrimas com sabedoria?

            Acredito que ter fé é isso: mesmo não acreditando num Deus Único, você admite que Ele possa existir. Mesmo tendo um montão de dúvidas, você continua questionando o pouquinho de suas certezas.

Por fim, não poderia concluir esse artigo sem dizer o seguinte: fora as catástrofes naturais, o sofrimento humano é sempre consequência de nossas escolhas e do mal uso que fazemos de nossa liberdade. 

Pense nisso!

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e escritor, autor do livro: “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas”.
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