Você sabe o que é um dilema? Se não sabe, é só pesquisar no Google e lá você vai encontrar isto: “Dilema é uma situação, normalmente problemática, constituída por duas soluções que são contraditórias entre si, mas ambas aceitáveis”. Pois bem, digo isso porque escreverei aqui sobre alguns dilemas da filosofia contemporânea, e para dar início a esse propósito, começo com à seguinte questão: como ser solidário no mundo atual?

Em primeiro lugar, é preciso dizerque existem nos seres humanos dois tipos de sentimentos que lhe são peculiares: o egoísmo e a solidariedade. Estes sentimentos começam no momento em que ele é gerado e o acompanham durante toda a sua existência. Quando o esforço se traduz em afastamento de algo, fechamento em si mesmo, é denominado egoísmo. Ao contrário, solidariedade é abertura, sair de si, ir ao encontro do outro, do necessitado.

Em segundo lugar, a solidariedade é o antídoto do egoísmo, isto é, somos egoístas por natureza. No entanto, o ser humano aprende a ser solidário. E onde os seres humanos aprendem a ser solidários? Em primeiro lugar, aprende-se a ser solidário na família. Em segundo lugar, aprende-se a ser solidário na escola, na igreja, na convivência com os outros, enfim, nos grupos sociais, num processo contínuo de crescimento humano.

Em terceiro lugar, num mundo onde as pessoas estão lutando para sobreviver, onde falta quase tudo, remédio, comida, trabalho, etc., ser solidário constitui-se num dos grandes dilemas da filosofia atual. Como ser solidário num mundo egoísta?

Sabe-se que o mundo atual passa por uma crise nunca vista na história. Por outro lado, é impressionante observar que é justamente nos momentos de crises que o ser humano, especialmente o povo brasileiro, mostra o seu lado solidário.

No entanto, a solidariedade não pode ser um ato pontual, e sim um estilo de vida de toda pessoa temente a Deus. Essa atitude moral do homem religioso passa inevitavelmente pelas palavras de Jesus quando diz que: “Por essa razão, quando deres um donativo, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens”.

Independentemente de religião, precisamos ser solidários com os mais necessitados: os pobres, os migrantes, as crianças, os idosos, os doentes. Atenção: muitas vezes os necessitados estão bem perto de nós, ao nosso lado, na nossa rua, ou na nossa própria casa. Dessa forma, para ser solidário não é preciso ir para a África ou para a Venezuela, é preciso apenas ficar atento às necessidades humanas de quem vive ao nosso lado.

Dessa forma, quem ajuda o outro, o seu semelhante, o pobre, o necessitado, acaba ajudando a si mesmo. Por isso Jesus disse: “Ninguém é tão pobre que nada possa oferecer, e tão rico que não precise de nada”. A solidariedade é a forma mais prática de dizer que somos humanos, que pertencemos à mesma espécie, e que ninguém é melhor do que ninguém, enfim, que somos todos iguais e que merecemos as mesmas coisas: amor, carinho, compreensão e respeito de todos!

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e escritor, autor do livro: “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas”.
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