Em nota pública divulgada na quinta-feira (24), o Ministério Público Federal (MPF) reafirma que “populações indígenas e ribeirinhas” têm contribuído muito para a “manutenção e preservação ambiental de rios, florestas e da rica fauna dos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal”.

O texto é assinado pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6ª CCR/MPF). Ele contraria as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o tema em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU). Na fala, o militar reformado distorceu dados ao afirmar que os incêndios na Floresta Amazônica ocorrem em áreas que já estavam desmatadas, “onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência”.

A nota do MPF prossegue dizendo que as queimadas e desmatamentos ocorridos nesses três biomas provocam o agravamento das doenças respiratórias nas populações do entorno desses focos de incêndio. Ainda lembra que eles “levam à erosão massiva da biodiversidade e constituem uma ameaça permanente às terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e sua própria sobrevivência física e cultural, garantidas pelo art. 231 da Constituição Federal”.

O MPF prossegue seu manifesto público dizendo que “somente após rigorosa investigação criminal, através do cruzamento de imagens de satélite e de perícia técnica, é que se poderá atestar a causa das últimas queimadas na Amazônia e no Pantanal, bem como os verdadeiros responsáveis por estas”.

E termina escrevendo que é “certo que as evidências científicas coletadas até o momento apontam para a expansão da atividade agropecuária como a causa mais provável”.

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