Amado Menezes, 64 anos, o tuxaua-geral do povo Sateré-Mawé, não resistiu às complicações provocadas pelo novo coronavírus e morreu na última quinta-feira (15). Ele ficou internado por 23 dias em Parintins lutando contra a doença.

Segundo informações da jornalista Steffanie Schmidt, do portal Amazônia Real, o quadro do tuxaua se agravou na sexta-feira da semana anterior (9). Ele chegou a conseguir uma liminar para ser transferido para um leito de UTI em Manaus, mas não foi possível realizar o transporte aéreo.

O hospital Jofre Cohen informou que Amado Menezes faleceu em decorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), parada cardiorrespiratoria e Covid-19. Menezes foi uma liderança histórica da luta do povo Sateré-Mawé desde as reinvindicações pela demarcação da TI Andirá Marau, ocorrida em 1986.

O presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM), Obadias Garcia, rendeu homenagem ao tuxaua em entrevista ao Amazônia Real. “Amado foi uma grande liderança. Sempre nos acompanhou no Conselho, junto de seu sogro, o nosso tuxaua-geral, Antônio Michiles, com quem aprendeu a liderança. Ele tinha muita experiência com relação às leis dos índios, conhecia toda a luta do povo Sateré. Quando o sogro dele faleceu, foi automaticamente reconhecido como liderança. Houve 10 candidatos, mas ele é que foi eleito. Tinha uma grande influência política. Ele já era reconhecido e tornou se muito mais, principalmente durante a nossa luta nessa pandemia”, declarou.

A coordenadora-geral Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Nara Baré, ainda denunciou o descaso do governo com as populações indígenas.

“Infelizmente o Estado brasileiro continua omitindo a real situação da população em relação à Covid-19, subnotificando casos entre os indígenas. Nós que estamos nos territórios sentindo e vendo as perdas sabemos o que está se passando. A pandemia não passou”, afirmou.

Confira Reportagem do Amazônia Real

Povo Sateré-Mawé perde sua maior liderança, o tuxaua-geral Amado Menezes

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