O comportamento profissional do médico parintinense, Oziel Souza, durante visitas aos pacientes internados com a Covid-19 no Hospital Jofre Cohen, motivou o seu afastamento das funções por parte da Prefeitura de Parintins. O cardiologista, que publicou informações viralizadas pelo WhatsApp de que teria sido expulso da unidade de saúde, desligou o oxigênio dos pacientes, sem sequer consultá-los, nas enfermarias no dia 03 de janeiro.

Em nota, a direção do Hospital Jofre Cohen e a Secretaria Municipal de Saúde esclareceram o afastamento do Dr. Oziel Sousa neste sábado, 13 de fevereiro, depois acusações feitas pelo médico tomarem as redes sociais um dia antes. O secretário de saúde, Clerton Rodrigues, e o diretor-geral interino do hospital, Josimar Marinho, disseram que o desligamento do gás causou descompensação nos pacientes e gerou revolta nos acompanhantes que tentaram agredi-lo fisicamente.

O médico Oziel Sousa, que comunicava ter pedido demissão da Prefeitura de Parintins, no primeiro dia de visitação nos leitos, esteve nas enfermarias do Hospital Jofre Cohen, desligou o oxigênio dos pacientes que utilizavam o gás no tratamento de Covid e o fato chegou a ser denunciado em redes sociais. A direção do hospital constatou que, antes do desligamento do oxigênio, todos os pacientes estavam estáveis e correspondiam às medicações dadas pela equipe médica.

A medida adotada pelo cardiologista desfez os protocolos estabelecidos pelo Hospital Jofre Cohen junto ao corpo clínico desde o início da pandemia da Covid-19. Os atos de desrespeito aos pacientes, familiares e com o corpo clínico em alterar as prescrições, foram informados ao secretário de saúde na data do evento. Clerton Rodrigues pediu o afastamento do profissional para preservar sua integridade física, em razões dos conflitos ocasionados pelo desligamento de oxigênio.

O secretário de saúde encaminhou o médico para prestar atendimento no Hospital Padre Colombo, mas Oziel Sousa contrariou e, através de mensagens no WhatsApp, pediu desligamento do município, decisão acatada. O Hospital Jofre Cohen e a Semsa lamentaram o comportamento do profissional que, em nenhum momento, não foi expulso da unidade de saúde como relatado em grupos de WhatsApp.

A direção da unidade de saúde e a secretaria de saúde repudiaram a atitude antiética adotada pelo médico Oziel Sousa de desqualificar todo o trabalho desenvolvido pela equipe de linha de frente no combate à Covid-19. “Além de dizer que não passa a mão na cabeça de ninguém, que não é de estar dando beijinho em paciente e que o protocolo dele seria imposto no hospital, sem consulta à direção e ao corpo clínico”, declararam.

Nota do médico Oziel Sousa

Assim como o colega de profissão, Dr. Daniel Tanaka, fui chamado para ajudar na reconstrução e reorganização do hospital Jofre Cohen. Comecei a percorrer todo hospital para tentar checar o que estava acontecendo por causa da história de falta de oxigênio para pacientes internados. Então, como eu sou um profissional médico, vi colegas exaustos (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, vigias e serviços gerais) e tenho meu modo de ver as coisas.

Pacientes não estão com falta de oxigênio e, sim, com excessos causando anóxia (muito oxigênio que causa delirium, um tipo de psicose). Comecei o desmame da oxigenioterapia. Muitos pacientes e acompanhantes não gostaram, porque são leigos e não entendem de medicina moderna. Foram para a internet me difamar. Não levei em consideração, justamente por eles não entenderem do assunto. Acontece que o prefeito age pela emoção e está totalmente perdido no caos da pandemia, por falta de assessoria técnica sobre o assunto.

Outra coisa que observei falta de insumos de laboratório e medicamentos básicos para salvar vidas de pacientes, falta de pressão de oxigênio nas fileiras finais dos bicos de oxigênio das enfermarias ( já com laudo analisados pelo Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Defensoria Pública e Justiça Estadual).

A justiça sentou em cima do relatório. Pacientes e acompanhantes psicologicamente abalados por excessos de morte e falta de assistência psicológica.

A reorganização viria na criação de um corredor de paciente graves e UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) e nada foi feito sugerida ao diretor geral. O único que aceitou a ideia foi o secretário de saúde, Clerton. O Josimar, além de ditador e sem noção, não era nem pra estar lá, por responder processo na Justiça Federal. E, as mortes continuam em média quatro por dia aumentando e vai até eles decidirem fazer uma mudança brusca e urgente na parte crucial do hospital.

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