Algumas horas antes do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta-feira (20), a apresentadora e jornalista Gloria Maria usou suas redes sociais para comentar sobre a data.

“Na semana da Consciência Negra muito orgulho de lembrar um tempo em que eu era uma presença quase solitária no telejornalismo”, afirmou a comunicadora, que em seguida disse sentir falta da época em que o combate ao racismo “não precisava de likes”.

Gloria Maria considerou sua posição como simples e direta em relação a luta racial, pauta que ganhou ainda mais visibilidade no ano de 2020, marcado por protestos ao redor do mundo do movimento Black Lives Matters (“Vidas Negras Importam”).

Em setembro deste ano, Gloria Maria chamou atenção com o assunto ao dar uma declaração polêmica, em entrevista com Joyce Pascowitch. No bate-papo, a jornalista disse que nos dias de hoje existe uma cultura “que nada pode” e que o “politicamente correto é um porre”. “Eu acho tudo isso um saco. Hoje tudo é racismo, preconceito e assédio. A equipe com que trabalho me chama de neguinha, de uma forma amorosa e carinhosa. É claro que se falam ‘Ô, nega’, não sei o quê, é outra coisa”, afirmou.

As declarações, dadas em sua estreia em lives no dia 25 de setembro, fez com que o coletivo de jornalistas negros Lena Santos, de Belo Horizonte, divulgasse uma carta aberta à jornalista. O texto escrito por mais de 50 jornalistas, intitulado “Crítica e afeto”, discordou contundentemente das declarações feitas por Gloria Maria.

“Temos o desejo que chegue a ela e a todas as pessoas envolvidas com a questão racial no Brasil. A carta foi feita a muitas mãos de pessoas que têm Gloria como grande referência. Temos afeto e carinho por ela, mas o nosso pensamento não vai ao encontro”, explica a jornalista e mestranda em comunicação social Etiene Martins, 36, em entrevista ao F5.

Na carta do coletivo Lena Santos, os jornalistas propõem a reflexão por parte de Gloria Maria, e apresentam dados, como os do Atlas da Violência 2020 que mostra que a taxa de homicídios de negros cresceu 11,5%, de 2008 a 2018, enquanto a de não negros caiu 12%. Com informações de Notícia ao Minuto.

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