Seis jovens afegãos, incluindo dois menores de idade, serão acusados nesta quarta-feira, 16, por envolvimento no incêndio que destruiu o acampamento de imigrantes de Moria, na ilha grega de Lesbos. De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias francesa AFP, nenhum dos suspeitos tem mais de 20 anos de idade.

Quatro dos jovens foram presos em uma operação militar na última segunda-feira, 14, em uma estrada da ilha grega. Os outros dois, de 17 anos, foram transferidos para a Grécia continental, em uma operação que movimentou 400 menores de idade desacompanhados, segundo a agência oficial de notícias ANA. Eles foram detidos depois da transferência.

O acampamento de Moria era o maior da Europa, com cerca de 12 mil imigrantes e refugiados. A estrutura estava superlotada, com as pessoas vivendo em condições precárias e insalubres, até o incêndio devastar o local. Uma semana após a destruição completa, o cenário é pior para milhares de pessoas, que dormem ao relento e lutam para encontrar comida e água.

As autoridades gregas habilitaram outro campo provisório, que terá capacidade para 9 mil pessoas. Até o momento, contudo, conta com 1.200 imigrantes. Pelo menos 35 casos de coronavírus já foram registrados entre eles.

Apesar de estarem ao relento, os imigrantes tem mostrado grande relutância em entrar no novo acampamento, porque acreditam que sua transferência para a Europa continental será impossível no curto prazo.

Nesta quarta, 13 migrantes foram detidos em Samos, outra ilha grega, suspeitos de terem causado um incêndio que pode ter se espalhado para outro campo de refugiados que abriga 4.700 pessoas. Apenas três deles permanecem detidos e estão sendo interrogados, segundo a polícia.

Além de Moria, existem quatro outros campos de refugiados nas ilhas gregas, em Chios, Kos, Samos e Leros. Todos foram criados no auge da crise migratória para receber e registrar demandantes de asilo procedentes da Turquia. (Estadão)

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