A tecnologia do sistema de pastejo rotacionado para criação de gado é uma das estratégias que será intensificada, em 2021, pelo Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), em municípios com potencial para pecuária no estado. A tecnologia, além de promover a conservação da floresta, permite o desenvolvimento da atividade de forma sustentável.

Exemplo desse sistema de produção pode ser encontrado no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), onde o diretor-presidente do Idam, Valdenor Cardoso, acompanhado de profissionais da área de Apoio à Produção Animal do Instituto visitou, no final de dezembro, propriedades que vêm demonstrando resultados na pecuária com o uso intensivo do pastejo rotacionado.

Segundo Valdenor Cardoso, os resultados são excelentes e apresentam ótimos indicadores, saindo da média nacional de 0,87 no sistema tradicional (gado solto e sem manejo) para um índice de 8 animais por hectare, com o uso do sistema de pastejo rotacionado.

“Existem muitas questões a serem observadas, como a econômica e a ambiental. Para cada 100 animais, a área utilizada será de 100 hectares no sistema tradicional, e no pastejo rotacionado conseguimos trabalhar com 100 animais em uma área de 12 hectares. Uma redução de 85% no uso de áreas, isso demonstra que é possível vislumbrar uma harmonização entre o meio ambiente, a produção de carne e o uso de tecnologia”, disse Cardoso.

O produtor Guilherme Pessoa, de 44 anos, da estrada de Balbina, Km 13, Presidente Figueiredo, trabalha com a pecuária em pastejo rotacionado há cinco anos e destaca que o sistema de criação contribui com a sustentabilidade, diminuindo a pressão do desmatamento de áreas, além de proporcionar o aumento na produção de carne.

“Na minha propriedade, chegamos a produzir até 2.500 quilos de peso vivo por hectare ao ano, ao passo que a média das atividades em regime tradicional gira em torno de 100 a 150 quilos de peso vivo por hectare ao ano. A grande diferença de produtividade entre os dois sistemas é que no intensivo, os animais individualmente ganham três vezes ou mais peso que o convencional. E quando pensamos em área, como o sistema comporta em média oito vezes mais animais, temos esse ganho multiplicado”, explicou Guilherme.

De acordo com a zootecnista e gerente de Apoio à Produção Animal do Idam, Meyb Seixas, o sistema é indicado para qualquer época do ano e pode ser utilizado em todo o território amazonense. “No entanto, é preciso avaliar as características da região em relação ao índice pluviométrico, composição física e química do solo, para que seja possível definir qual espécie de forragem mais adequada às condições do local”, informou.

Projeções – Para 2021, o planejamento do Idam consiste no treinamento contínuo de profissionais que atuarão na área animal, a criação de polos estratégicos e implantação de Unidades Demonstrativas (UDs) de pastejo rotacionado nos municípios de Humaitá, Parintins, Itacoatiara e Autazes, e no Distrito de Santo Antônio do Matupi, localizado em Manicoré.

Além disso, o Instituto também vem incentivando o melhoramento genético de animais através do uso de biotecnologia da reprodução como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Segundo Valdenor, a pecuária requer acompanhamento técnico e científico para o manejo da atividade. “Estamos discutindo no Idam a criação de uma gerência de Ciência e Tecnologia. Temos vários profissionais que já trabalham a questão da pesquisa e a parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e outros órgãos irá fortalecer e dar suporte ao trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no Amazonas”, finalizou.

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