De acordo com o cacique e funcionário da Funai, Ivanildo Tenharim, as lideranças da etnia, recusam a proposta da presidente Dilma Rousseff, de pagar Bolsa Família. Eles querem do Governo Federal, uma decisão de curto prazo que substitua a arrecadação dos indígenas com o pedágio ilegal cobrado na BR 230 (Transamazônica), que de acordo com ele era de R$ 35 mil mensais.

De acordo com Ivanildo, o dinheiro arrecado com a cobrança era dividido entre 13 aldeias, onde vivem cerca de 940 índios. “Nós precisamos de uma solução imediata”, disparou o cacique, afirmando que eles voltam a cobrança de pedágio na Transamazônica a partir de fevereiro, contrariando a afirmação do Comandante Militar da Amazônia, General Villas Bôas.

O general, seguindo orientação da presidente Dilma Rousseff, se reuniu na semana passada para discutir o assunto e propôs às lideranças indígenas o fim da cobrança do pedágio ilegal. Em troca o Governo implementaria "ações de compensação financeira", além de políticas públicas na região envolvendo os ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e do Meio Ambiente.

Ivanildo Tenharim, disse que os índios não aceitaram a contrapartida da presidente. “Não vamos revogar a cobrança de pedágio, que está mantida para o dia 1º. de fevereiro. O delegado da Polícia Federal já deixou um recado dizendo que vai prender o índio que fizer a cobrança. Nós vamos cobrar. A gente vai enfrentar e encarar esse problema de frente”, afirmou.

Dilma quer fim do pedágio

O general Eduardo Villas Bôas disse que a mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff aos índios foi no sentido de determinar providências para o fim do pedágio. “Para a presidente Dilma a cobrança do pedágio não pode voltar a acontecer. A presidente manifestou muita preocupação sobre o que está acontecendo e determinou que fossem adotadas providências no sentido de que a Lei seja cumprida”, afirmou o General.

Segundo Villas Bôas, a presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação com a segurança da população do sul do Amazonas. A região vive um clima de conflito entre índios e a população sem etnia das cidades de Apuí, Manicoré e Humaitá, desde o desaparecimento de três homens na reserva há quase um mês.

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