Um dos padres mais famosos e populares da Igreja Católica no Brasil, e que é figura central numa suspeita de desvio de dinheiro doado por fiéis, o padre Robson de Oliveira, de Trindade (GO), está afastado das missas e proibido, por decreto canônico, de se manifestar, desde agosto do ano passado, quando o escândalo veio à tona. Apesar do silêncio e suposto distanciamento, a influência dele resiste, é grande e intimida os moradores da capital da fé, em Goiás.

Padre Robson é o personagem principal de um escândalo com requintes de ficção:

Falar abertamente sobre ele é um tabu entre as pessoas da cidade onde o padre nasceu, foi coroinha, formou-se missionário redentorista, sacerdote e tornou-se líder de uma das maiores festas religiosas do país. A festa do Divino Pai Eterno, que acontece entre junho e julho, atraiu 3 milhões de pessoas, em média, nos últimos anos.

A reportagem esteve em Trindade e procurou, durante a semana, dezenas de pessoas de diferentes áreas de atuação, conhecedoras da história ou que tiveram alguma relação com o padre. Todas expressaram o mesmo receio. Frases como “não coloque o meu nome nisso aí”, “prefiro não falar sobre isso” e “é perigoso” foram as mais repetidas, até entre seus desafetos.

“O povo aqui é problema”, expressou um dos procurados pela reportagem, que chegou a enfiar a mão no bolso do repórter, tirar o celular e jogar dentro do carro dele, que estava próximo, para que nada fosse gravado ou registrado durante a conversa. Tudo, por medo.

O processo referente à extorsão sofrida por ele e cometida pelo grupo criminoso liderado por um suposto hacker tramitava em segredo de Justiça, em 2018. As informações, no entanto, chegaram ao conhecimento de, pelo menos, três veículos de Goiás: um jornal, um site e uma TV. Mas nada foi divulgado. Um verdadeiro perigo e mistério (Metrópoles)

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