A cafeína está presente em diversas bebidas e alimentos do nosso cotidiano, especialmente no cafezinho, uma paixão mundial. Pessoas que consomem café, chocolates ou suplementos termogênicos, por exemplo, e desencadeiam uma série de sintomas como dor de cabeça, agitação excessiva, desconforto estomacal ou tremores podem ser intolerantes à cafeína.

A condição é mais comum do que se imagina, mas as pessoas não costumam associar o mal estar ao estimulante, conta a nutricionista Laura de Souza Silva, da clínica brasiliense Nutrindo o Conhecimento. Os pacientes que apresentam o problema são chamados de metabolizadores lentos.

“Muitas pessoas, apesar de sentirem os sintomas, não fazem correlação com a cafeína ou, quando fazem, não a deixam de consumir por vício”, afirma Laura.

A intolerância alimentar é a dificuldade na digestão de determinados alimentos devido à ausência ou redução da enzima necessária para fazer sua quebra, incapacitando o organismo de absorvê-los corretamente.

No caso da cafeína, a enzima é processada pelo gene CYP1A2, que sofre variação no DNA, o que determina velocidades de metabolização diferentes da cafeína nas pessoas. O diagnóstico costuma ser feito a partir de um exame de intolerância alimentar.

Os principais sintomas de alerta são: dificuldade para dormir, dor de cabeça, enxaquecas, desconforto estomacal, síndrome do intestino irritável, tremores, calor, coceira, agitação excessiva, quadros de ansiedade, nervosismo, inquietação, aumento da pressão arterial e ritmo cardíaco.

“É uma condição permanente, mas, em períodos mais difíceis, com mais situações estressantes, os sintomas estarão exacerbados”, conta Laura.

Para ser diagnosticado com a condição, o paciente precisa apresentar mais de um sintoma. “Algumas pessoas podem ter diarreia ou quadro de ansiedade depois de consumir cafeína, mas não significa que seja intolerância. É preciso fazer uma avaliação com um médico”, indica a nutricionista Cynara Oliveira, supervisora de nutrição do Hospital Santa Lúcia.

O chá preto, chá mate, chimarrão, suplementos termogênicos, refrigerantes, bebidas energéticas e alguns medicamentos também podem desencadear sintomas semelhantes.

Não existe um tratamento para a condição. Nos casos mais leves, o ideal é que os alimentos estimulantes sejam consumidos com moderação. Já nos mais graves, os pacientes devem cortar o consumo, retirando os alimentos aos poucos da rotina para evitar os sintomas de abstinência. (Metrópoles)

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