Mesmo com um bloco sem vencedor, o megaleilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), realizado nesta sexta-feira, 30, na B3, conseguiu arrecadar R$ 22,689 bilhões, com ágio médio de 133%. A Aegea, empresa que tem como sócios a Equipav, Gic (fundo soberano de Cingapura) e agora Itaúsa, foi a grande vencedora da licitação, arrematando dois lotes: os blocos 1 e o 4. O grupo Iguá (do fundo canadense CPPIB) ganhou o bloco 2.

Os blocos 1 e 4, vencidos pela Aegea, tiveram maior competição e foram para o viva voz. O bloco 1 teve quatro rodadas e terminou com outorga de R$ 8,3 bilhões e ágio de 103,13%. O bloco 4 teve nove rodadas e fechou com proposta de R$ 7,2 bilhões e ágio de 187,75%. A Iguá venceu o bloco 2 com proposta de R$ 7,2 bilhões e ágio de 129%.

O último bloco, o 3, só tinha uma participante: a Aegea. Pela regra do leilão, como ganhou dois outros blocos, podia desistir do último. Foi o que ela fez. E assim, o bloco 3 deu vazio.

No total, os três blocos licitados vão exigir investimentos de quase R$ 27 bilhões durante os 35 anos de contrato. Boa parte desse volume, cerca de R$ 25 bilhões, terá de ser aplicada na universalização dos serviços nos primeiros 12 anos de concessão, e R$ 12 bilhões nos primeiros cinco anos.

O governador do Rio, Claudio Castro, comemorou o resultado e disse que o leilão é um marco para o Estado e esperança de dias melhores. “Esse processo de concessão é um recado para quem quer investir no Estado. É resultado de um processo transparente e prova de que estamos fazendo o dever de casa.”

Segundo ele, o Rio e a Cedae não teriam condições de fazer os investimentos necessários para universalizar os serviços até 2033, prazo estabelecido pelo novo marco regulatório do setor. “Isso seria punir a população. Investir em saneamento é investir em saúde.”

O chefe do Departamento de Desestatização e Estruturação de Projetos do BNDES, Guilherme Albuquerque, afirma que a média anual de investimentos nos próximos dez anos será 12 vezes maior que o volume anual investido pela Cedae nos últimos dez anos.

No total, os investimentos vão universalizar os serviços de água e esgoto para 11 milhões de pessoas – esse número representa mais de um terço do total de clientes atendidos pela iniciativa privada, que respondem por 7% dos municípios atendidos no País e 26,3% da população. Com o leilão da Cedae, esses números sobem para 7,5% e 34,3%, respectivamente. Com informações de Estadão.

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